Há algo de sufocante em “O Grito” do norueguês Edvard Munch: a doca de Oslofjord invadida pelas cores do pôr-do-sol de Oslo serve de fundo a um desespero de algo macabro na obra existencialista do século XIX. Há muito que estamos certos de que esse é o tema de Munch, mas o que desconhecemos é que foi inspirado num momento algo fantasmagórico que remonta a 1883.

Nesse ano, Munch escreveu uma descrição no seu diário. “Estava a andar por um caminho com dois amigos. O sol pôs-se. De repente, o céu tingiu-se de vermelho sangue. Parei e apoiei-me numa vala, morto de cansaço. Sangue e línguas de fogo espreitavam sobre o azul escuro do fiorde e da cidade. Os meus amigos continuaram e eu fiquei quieto, a tremer de ansiedade. Senti um grito infinito que atravessava a natureza”. Parece o inferno na Terra e, de facto, podia muito bem ser: os cientistas conseguiram apurar que a paisagem de “O Grito” pode ter sido inspirada nas cinzas da enorme erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, que deram a volta à atmosfera.

Histórias como estas são as que tornam as obras de arte ainda mais magnificentes. Atrás de quadros, esculturas e estruturas arquitetónicas inconfundíveis, há segredos que nem todos reconhecem (mesmo quando alguns estão escondidos debaixo do nosso nariz). Conheça dez deles na fotogaleria.

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