O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou esta quarta-feira que a cooperação portuguesa terá, nos próximos anos, “um reforço considerável”, através de verbas do Estado e de projetos de cooperação delegada, chegando também a novos parceiros.

“Aquilo com que contamos nos próximos anos é um reforço considerável, uma multiplicação das verbas ao dispor da cooperação liderada por Portugal”, disse o governante à margem da apresentação das consultas de telemedicina em São Tomé e Príncipe, realizadas à distância a partir de Portugal, que hoje se iniciaram na especialidade de otorrinolaringologia.

As verbas, esclareceu, provêm diretamente do Orçamento do Estado português e também dos “recursos financeiros que estão hoje disponíveis para a cooperação delegada”, em projetos que envolvem vários países e que são coordenados por Portugal, e que ocorrem no âmbito da União Europeia e organizações internacionais.

O ministro mostrou-se confiante que, nos próximos anos, haverá um crescimento contínuo dos recursos financeiros disponíveis para cooperação liderada por Portugal, recordando que os projetos são “de natureza competitiva”.

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“Confiamos na qualidade dos projetos que apresentámos e que vamos apresentar”, disse.

As áreas prioritárias da cooperação portuguesa são a educação e formação profissional, a saúde e proteção social e a capacitação institucional.

“O nosso princípio é simples: se nós avançarmos na formação, na dimensão social e na qualidade institucional, estamos a apoiar os países no desenvolvimento dos seus próprios pilares mais importantes para o progresso e estamos também a ajudar esses países a apropriar-se melhor dos projetos de desenvolvimento”, referiu Santos Silva.

O ministro ressalvou que Portugal não está a “descurar outras áreas de colaboração”, como a economia e a energia.

“Mas, apostando nestas áreas, aproximamos mais a cooperação de outra dimensão muito importante do relacionamento das nações soberanas, que é as relações económicas e sociais”, destacou.

Na cooperação, Portugal tem-se empenhado numa lógica de “duplo alargamento”, explicou o chefe da diplomacia portuguesa.

Por um lado, o Governo tem em curso projetos de colaboração com outros países, que estão interessados em cooperar com África e América Latina, como os casos de Alemanha, França, Luxemburgo, Uruguai, Chile ou Brasil.

“O segundo grande alargamento é o dos países que são nossos parceiros em projetos de cooperação. Damos prioridade absoluta aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste”, referiu Santos Silva, adiantando que há outros países, nomeadamente da África subsaariana, com que Portugal procura trabalhar nesta área.