O ministro do Interior angolano criou uma subcomissão de segurança, liderada pelo segundo comandante-geral da Polícia Nacional, especificamente para assegurar o fórum de investimento Angola-China, a realizar em novembro, em Luanda.

Segundo um despacho de outubro assinado pelo ministro Ângelo da Veiga Tavares, este fórum visa a “captação de investimentos” e o “estabelecimento de parcerias” entre empresas nacionais e chinesas, sendo necessário criar “condições de segurança”, tendo em conta a participação de um “número elevado de empresários nacionais e sobretudo estrangeiros”.

O documento, ao qual a Lusa teve hoje acesso, refere que a subcomissão, liderada pelo comissário-chefe Paulo Gaspar de Almeida, terá de dar tratamento a credenciamentos, vistos em passaportes e proteções dos locais e participantes.

Este fórum está a ser colocado em plano de destaque nas relações entre os dois países, tendo a embaixada da China em Luanda feito saber que “várias dezenas de empresas chinesas” já se inscreveram para participarem no evento.

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Nas últimas meses há registo de um aumento da criminalidade violenta na cidade de Luanda, com vários assaltos mortais e o sequestro de empresários estrangeiros, incluindo chineses.

A Lusa noticiou a 03 de outubro que o Governo angolano encarregou o ministro e Chefe da Casa Civil do Presidente da República de liderar uma comissão, com mais oito ministros, para preparar o fórum de investimento Angola-China.

Além da proposta de programa deste fórum, a comissão multissetorial terá de articular a organização da “cimeira” com os interlocutores chineses, entre outras missões atribuídas por despacho presidencial.

Do lado angolano, além do ministro e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Manuel da Cruz Neto, a comissão integra os ministros das Finanças, do Interior, do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, da Economia, da Indústria, da Energia e Águas, dos Transportes e do Comércio, bem como governador do Banco Nacional de Angola e outros membros do Governo ligados ao incentivo ao investimento privado.

A China compra praticamente metade do petróleo produzido em Angola, liderando os destinos das exportações angolanas, e tem vindo a consolidar a posição como principal fornecedor do país, ultrapassando desde 2015 as empresas portuguesas.

Além disso, é também o maior financiador do país, com linhas de crédito para obras em Angola, realizadas por empresas chinesas. A última destas linhas foi concedida em 2015, no valor de 5,2 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros).

O Governo angolano destaca que a China “constitui um parceiro importante” de Angola e que “as excelentes relações entre os dois Estados têm reforçado cada vez mais o âmbito da cooperação, particularmente no domínio económico”.

Este fórum de Investimento Angola-China visa “reforçar o desenvolve de sinergias para realização de parcerias empresariais e investimentos entre empresários dos dois estados”, refere o mesmo documento governamental.