Os trabalhadores da multinacional Randstad que prestam serviços nos call centers da EDP em Lisboa aprovaram esta quarta-feira duas moções a exigir o fim do trabalho precário e a melhoria de condições laborais, que entregaram à empresa e ao parlamento.

“Estamos a manifestar a nossa solidariedade para com os trabalhadoras da Randstad, que trabalham para a EDP, e a todos os que estão envolvidos em contratos de trabalho precários, e dizer-lhes que este é o momento importante para que se tomem medidas legislativas para acabar com este flagelo”, afirmou à Lusa o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, presente no protesto.

Os trabalhadores dos call-center (centros de contacto) da EDP em Lisboa, afetos ao Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas – muitos dos quais em regime de prestação de serviços há mais de 25 anos -, realizaram esta quarta-feira uma greve como forma de luta contra a precariedade.

Ao início da manhã, dezenas desses trabalhadores concentraram-se na saída da estação de metro do Cais do Sodré, seguindo o protesto para a sede da EDP, na Avenida 24 de Julho, e depois para a Assembleia da República, ao final da manhã.

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“Tem sido uma luta longa”, afirmou Arménio Carlos, defendendo que não é admissível que a EDP, “que tem lucros monumentais e administradores com salários dos mais elevados no país”, esteja de costas voltadas para a resolução de um problema “que facilmente teria solução se os trabalhadores passassem para o quadro de efetivos” da empresa.

O sindicalista salientou que o futuro do trabalho não se constrói com precariedade e baixos salários, mas dando condições, estabilidade e segurança no emprego.

A delegada sindical Anna Catarino Romão, do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas, classificou como “uma falsa prestação de serviços” o trabalho desses ‘call center’, defendendo tratar-se de uma função “que não se justifica estar entregue” a prestadores de serviços.

“A moção [aprovada esta quarta-feira pelos trabalhadores] foi ao encontro do fim à falsa prestação de serviços na EDP, enquanto a moção que entregámos na Assembleia da República passa por sensibilizar os deputados para a necessidade de alterações legislativas” nesta matéria, precisou a delegada sindical.

Anna Catarino Romão disse ainda que os trabalhadores “estão preparados para continuar esta luta” caso não haja resposta da EDP, dos governantes e dos deputados.