O colecionador José Berardo vai abrir em 2017 um novo museu em Lisboa, na zona de Alcântara, com a totalidade da coleção privada de arte nova e arte déco, revelou à agência Lusa o empresário. Na terça-feira, o Observador já tinha escrito sobre esta possibilidade, agora confirmada pelo próprio Berardo. Com uma novidade extra: o empresário admite abrir um segundo museu, no Bairro Alto, só de arte africana.

O colecionador detém vários museus privados no país e tem exibido parte da sua coleção de arte moderna e contemporânea no Museu Coleção Berardo, instalado há nove anos no Centro Cultural de Belém, no âmbito de um acordo com o Estado. Contactado pela Lusa sobre o novo museu, o empresário madeirense indicou que o projeto “está em fase de obras e deverá abrir no próximo ano”, na Rua 1º de Maio, na freguesia de Alcântara, embora ainda não haja uma data precisa de inauguração. “Vai receber cem por cento da minha coleção de arte nova e arte déco”, disse, sobre o espaço, que deverá chamar-se Museu Berardo – Art Nouveau, Art Déco.

Questionado sobre se este museu terá alguma relação com o instalado no CCB, o colecionador negou: “Não tem nada a ver. São independentes. Será um museu como tenho outros, na Anadia, no Bombarral, com as minhas peças de arte, para mostrar ao público”. José Berardo disse que o objetivo deste museu é idêntico ao dos outros: “Contribuir para a cultura do país”.

Ao Público, Berardo admitiu ainda a intenção de abrir um segundo museu, desta feita no número 34 da Rua da Atalaia, num edifício de que é proprietário. No entanto, o empresário recebeu uma proposta de compra do edifício. “Se a pessoa que quer comprar o prédio não oferecer o valor que eu quero, não vendo. E se não vender, ponho lá a arte africana”, esclareceu.

Questionado sobre o curso das negociações do acordo de empréstimo das obras para a criação do Museu Coleção Berardo, em Belém, que termina este ano, o empresário disse à Lusa que “por enquanto estão a correr bem”. Em julho, no parlamento, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, anunciou que a opção tinha sido renegociar o acordo porque o Governo e Berardo estavam interessados em manter a coleção em Portugal.

O Museu Berardo abriu com um acervo inicial de 862 obras da coleção de arte do empresário, cedidas ao Estado, e avaliadas em 316 milhões de euros pela leiloeira internacional Christie’s, em 2006. Instalado no CCB desde 2007, celebrou nove anos em junho passado, com mais de seis milhões de visitantes das exposições permanentes e temporárias, segundo dados do museu.

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