A TP-Link é relativamente conhecida entre nós, sobretudo graças aos routers. No entanto, a marca chinesa decidiu começar também a apostar no mercado dos smartphones e o Observador teve a oportunidade de experimentar o Neffos C5, uma das ofertas presentes no mercado dos telemóveis de gama média. Não é uma máquina de topo, mas porta-se bem nas tarefas diárias. Vamos aos detalhes.

Características gerais

O C5 mostra o que nos espera logo ao primeiro contacto: um smartphone barato com as características ajustadas ao preço. Disponível a partir de 150€, é feito de plástico, possui uma bateria removível (o que hoje em dia é quase uma raridade) e suporta dois cartões SIM. O ecrã é HD de 5 polegadas e oferece um bom brilho para os dias mais soalheiros, no entanto deixa escapar alguns contrastes dando um ar meio fosco às imagens.

Vem equipado com um processador MediaTek MT6753 1.3 GHz, octa-core e uns magros (mas suficientes) 2GB de RAM. Esta combinação mostrou-se capaz de diversas tarefas sem qualquer problema de performance, o suficiente para despachar sem engasgos a versão 5 do Android (Lollipop).

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A bateria é pequena (2200 mAh) mas a gestão de energia feita pelo sistema consegue garantir um dia de utilização moderada sem problemas.

A câmara traseira tem 8 megapíxeis e a frontal 5, com a vantagem de ser wide angle permitindo assim selfies mais abrangentes.

Primeiras impressões

Assim que o retiramos da caixa percebemos logo que estamos perante um smartphone “barato” mas bem construído. É uma mistura de elegância (que faz lembrar um pouco alguns equipamentos da LG) com a sensação de que se cair vai ser plástico por todo o lado.

Apesar de tudo é agradável de segurar, a mão encaixa perfeitamente no design curvo dos bordos e o plástico proporciona uma boa aderência. É leve, tem apenas 141 gramas, graças ao material de construção e à bateria reduzida, o que o torna num smartphone fácil de transportar.

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Ao retirar a capa traseira para colocar os cartões (SIM e MicroSD até 32GB) e aceder à bateria, ficamos com a impressão de que a tampa é bastante frágil e que se vai partir a qualquer momento. Felizmente isso não aconteceu, mas foi a sensação que passou.

Tarefas diárias com uma boa performance

O C5 porta-se como um smartphone adulto e aguenta bem as tarefas diárias como: ver o email, mandar mensagens e aceder às redes sociais é tarefa fácil – apenas o Snapchat apresentou alguma dificuldade no desempenho e na gravação de vídeos com qualidade.

Os jogos mais simples correm bem, já os mais exigentes acusam a falta de músculo. Por exemplo, nota-se alguma lentidão quando se tenta jogar Pokémon Go; e quando experimentamos o Breakneck já nem se fala, é exigir demasiado do dispositivo que fica quase bloqueado logo no arranque.

A troca entre aplicações é bastante fluida e não surgiu nenhum erro, mesmo com várias apps a correr em simultâneo. A TP-Link incluiu um otimizador de sistema que faz um excelente trabalho a manter a RAM mais livre e a limpar ficheiros desnecessários do aparelho.

A câmara é a maior desilusão

Não é de estranhar que, por este preço, não se espere muita coisa neste setor, mas além de ser fraca, tem também um comportamento estranho. Passamos então a explicar o que tem de errado esta câmara:

  • A qualidade da imagem é fraca. Os detalhes são poucos e o equilíbrio de brancos é sofrível – acabando mesmo por queimar quase tudo o que é branco;
  • O modo inteligente é tudo menos inteligente. As fotos tiradas no modo normal (opção que decidimos utilizar como predefinição) ficam com um tom mais real do que as tiradas no modo inteligente. O que devia criar melhores fotografias, apenas dá a sensação de que utilizamos um filtro estranho nas fotos, ficando com um aspeto amarelado;
  • Perde o ponto de focagem com muita (demasiada) rapidez;
  • Os vídeos ficam bastante tremidos; a estabilização de imagem é igual a zero.
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Apesar de não ser uma câmara de eleição, se o objetivo for apenas registar alguns momentos, sem que a qualidade seja um fator decisivo, então os resultados são satisfatórios para o preço. Claro que a iluminação natural ajuda a produzir fotografias mais aceitáveis.

A câmara frontal tem um comportamento semelhante. Satisfaz o utilizador que não precisa de muita coisa ao nível da imagem e, admitimos, o facto de ter uma lente de grande angular (85º) é um ponto positivo. As selfies vão continuar na moda e quanto mais gente couber nelas, melhor.

Para ajudar, o software permite ativar o disparo em modo selfie através do reconhecimento de um “V” feito com os dedos ou, simplesmente, um sorriso.

Pequenos detalhes que fazem a diferença

A TP-Link decidiu fazer umas quantas alterações ao Android e essas mudanças são muito viradas para a personalização. Podemos aceder a uma loja de temas para escolher o que mais nos agrada e dar um toque pessoal ao equipamento. A troca é feita através do Comutar tema, uma funcionalidade que vai alternando entre os diversos temas descarregados.

A Otimização do sistema é uma aplicação bem conseguida que funciona como um “tudo em um”. Aqui é possível gerir aplicações instaladas, limpar alguns ficheiros desnecessários e dar-lhe um empurrão quando ele estiver um pouco lento; permite ainda gerir a poupança de energia, controlar o gasto de dados móveis, consultar as autorizações e a gestão das notificações.

A nível sonoro não é um dispositivo surpreendente mas consegue um som bastante alto. A coluna está localizada na parte traseira e é facilmente abafada quando seguramos o smartphone com a mão esquerda.

Veredito

Tendo em conta o preço do equipamento não podíamos exigir demasiado. Ele é aquilo que aparenta e custa, um smartphone de gama média, básico e barato que consegue acompanhar o dia-a-dia do utilizador comum.

Conseguiu surpreender com o facto de suportar algumas aplicações e jogos “pesados”, mostrando que existe uma boa relação entre software e hardware.

Se está à procura de um smartphone simples a um preço acessível, então é uma boa aposta.