Um jovem espanhol de 27 anos foi agredido em Bournemouth, no Reino Unido, por falar espanhol. A agressão aconteceu em maio, mas só agora foram divulgadas as imagens de videovigilância que captaram o momento. O agressor passava por Tomás Gil, que se encontrava na rua com a sua companheira, e, ao ouvir o homem a falar em espanhol, pegou numa tábua de madeira, gritou-lhe para que falasse em inglês, e atingiu-o com a tábua.

O britânico foi condenado a cumprir horas de trabalho social e a pagar cerca de 900 euros à vítima. Tomás Gil contou ao El País que o agressor “vinha do outro lado, a gritar fucking Spanish, speak English [espanhol de m****, fala em inglês]”. A companheira, Sílvia, ainda lhe pediu que não ligasse, mas antes de Tomás dizer alguma coisa, “foi o que se vê no vídeo. Pega no pau e acerta-me”. Rapidamente, a companheira enfrenta o agressor, juntamente com várias pessoas que passavam, naquele momento, pelo local.

https://www.youtube.com/watch?v=C9fN7be29nQ

O jovem espanhol vivia há quatro anos em Bournemouth, e garante que nunca tinha sido alvo de racismo. Naquela noite, Tomás estava à porta de um bar onde tinha estado com alguns amigos, e foi nesse momento que a agressão aconteceu. O jovem ficou com a cara inchada durante uma semana, mas acabou por escapar sem lesões graves.

De acordo com o El País, Tomás só soube da compensação financeira a que tinha direito pelos jornais ingleses, e ainda não foi notificado para receber o pagamento. No entanto, o espanhol já conversou com o seu agressor. “Ele falou comigo pelo Facebook, pedindo-me perdão. Imagino que foi o advogado que lhe recomendou que o fizesse. E disse-me que tem de começar a pagar no próximo mês”, explica o espanhol.

A defesa do agressor ainda argumentou que Daniel Way, de 37 anos, não sabia que a medicação que tomava não se podia misturar com álcool, e ainda que estava a atravessar uma situação difícil depois de acabar com a sua parceira. Atualmente, Way está “envergonhado” dos insultos racistas que proferiu. O jovem espanhol regressou a Espanha, mas garante que “já o tinha decidido antes” e que não foi a agressão a motivar o regresso ao país natal.

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