A Polícia Federal do Brasil considera que o ex-Presidente Lula da Silva era referido como “amigo” na lista de subornos da Odebrecht e terá recebido 8 milhões de reais (2,35 milhões de euros), segundo um documento divulgado esta segunda-feira.

A informação consta no parecer para indiciar o ex-ministro nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) Antônio Palocci por corrupção passiva, enviado hoje ao juiz federal Sérgio Moro, que trata dos casos investigados na Operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história brasileira.

No documento, lê-se que Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de “amigo de meu pai” e “amigo de EO [Emílio Odebrecht, pai de Marcelo]”, quando usada por Marcelo Odebrecht, atualmente preso no âmbito da Lava Jato.

O delegado Felipe Pace, responsável pelo inquérito sobre Antônio Palocci e autor do texto, entende que há “respaldo probatório e coerência investigativa” para afirmar essa ligação entre essas referências e o ex-Presidente brasileiro.

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O delegado informou que a investigação dos documentos apreendidos destacou que “pagamentos no total de 8 milhões de reais foram debitados do “saldo” da “conta-corrente da propina [subornos] que correspondia ao agente identificado pelo codinome [nome de código) de ‘amigo'”.

No documento, a polícia fala numa “verdadeira conta-corrente de propina” [subornos] com o Partido dos Trabalhadores.

O ex-Presidente é arguido em três processos, por suspeitas de organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e corrupção e por alegada tentativa de obstruir a investigação da Lava Jato, sendo ainda investigado noutros processos.