O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, no poder, anunciou na quarta-feira que o exército tomará o controlo das empresas que se juntarem à greve geral convocada pela oposição para sexta-feira.

“Falei com o Presidente [Nicolás Maduro]: as empresas que pararem [serão] tomadas pelos trabalhadores e as forças armadas”, declarou Diosdado Cabello, deputado e vice-presidente do partido, considerado o número dois no campo de Maduro.

A oposição Venezuela organizou na quarta-feira protestos nas ruas em todo o país e convocou uma greve geral de 12 horas para sexta-feira e uma manifestação junto ao palácio presidencial para 03 de novembro.

A oposição quer realizar um referendo para destituir Maduro ainda este ano e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar propositadamente a calendarização das diferentes etapas do processo, para protelar a saída do Presidente do poder.

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A 21 de outubro, o CNE adiou, “até nova ordem judicial”, a recolha de assinaturas para a realização do referendo que estava prevista para 26, 27 e 28 de outubro, depois de ter sido anunciado que foram anuladas, por tribunais, as assinaturas recolhidas na fase anterior do processo, correspondentes a 1% dos eleitores.

Se o referendo se realizar até 10 de janeiro de 2017, deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana. Depois dessa data, será o vice-presidente em funções a substituir Maduro até ao final da legislatura. Segundo a oposição, nas manifestações de quarta-feira, em 24 cidades, mais de 120 pessoas ficaram feridas e outras 147 foram detidas.

Já a organização não-governamental local Fórum Penal, de defesa dos Direitos Humanos, referiu mais de 20 feridos e 39 detidos nos protestos. Por outro lado, o ministro do Interior e Justiça, Nestor Reverol, informou que numa das manifestações, no estado de Miranda um polícia morreu e outros dois ficaram feridos.