Diogo Freitas do Amaral deu uma entrevista ao Público e Renascença onde afirma que ponderou visitar José Sócrates em Évora e que rezou pelo ex-primeiro-ministro. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do PS e fundador do CDS-PP disse ainda que Bloco de Esquerda e PCP aceitam hoje situações que no passado nunca aceitariam.

Freitas do Amaral diz que as grandes reformas do país “têm de merecer o consenso sincero do Partido Socialista e do PSD”. O ex-governante explica que para tal seria necessário um bloco central e que não acredita que a maioria de esquerda esteja para aí virada. “A verdade é que vemos essa esquerda, o PCP e o Bloco, a aceitarem coisas que sempre disseram que nunca aceitariam, nomeadamente o tratado orçamental. Mas isso é próprio dos partidos que chegam ao Governo. Os partidos que chegam ao Governo engolem muitos sapos.”

O tema José Sócrates, de quem foi ministro entre 2005 e 2006, foi também abordado. “Várias vezes pensei nisso [visitar José Sócrates na prisão]”, reconhece. “Mas entendi que, não havendo uma relação de amizade pessoal entre nós dois e tendo depois havido um distanciamento na medida em que eu o critiquei pelo despesismo que caracterizou os últimos dois anos do Governo dele, não havia uma obrigação da minha parte.”

O fundador e ex-líder do CDS admite ainda que não se arrepende de ter sido ministro de Sócrates. “Primeiro, porque a evolução do meu pensamento e das minhas ideias políticas fez-me ficar mais próximo do Partido Socialista do que do PSD e do CDS. Mas gostava de recordar aqui uma coisa: É que o eng. Sócrates, em 2005, não era o eng. Sócrates que hoje o país conhece ou julga que conhece. Era uma pessoa de quem ninguém dizia mal. De quem, nos primeiros meses, as bases do PSD gostaram muito pela sua energia.”

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