O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu ao Congresso, na quarta-feira, que ratifique o Acordo Transpacífico (TPP) depois das eleições, apesar da oposição dois candidatos presidenciais, Hillary Clinton e Donald Trump.

“Peço ao Congresso que quando se voltar a reunir, depois das eleições, ratifique o TPP, porque é o mais correto para os Estados Unidos e não importa o que alguns dizem em voz alta, também é a opção mais popular”, disse Kerry, afirmando que o acordo tem o apoio da maioria dos norte-americanos.

Apoiada pelo Presidente Barack Obama, a ratificação do acordo tem sido afetada pelo discurso protecionista da campanha presidencial, que identifica o comércio livre como responsável pela deslocalização da indústria e pela perda de postos de trabalho nos Estados Unidos da América.

Num discurso no ‘think tank’ Chicago Council on Global Affairs, Kerry disse que rejeitar o acordo comercial seria equivalente a “autoinfligir uma gigantesca ferida” e representaria um “retrocesso” para os interesses dos Estados Unidos na região do Pacífico.

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O chefe da diplomacia norte-americana alertou que, com uma rejeição, “outros” países sem padrões jurídicos ou comerciais ocuparão esse “vazio”, referindo-se à Rússia e à China.

“Se vamos fazer o que é necessário para proteger os nossos interesses, temos de manter uma presença constante e fiável na região. O nosso envolvimento não pode ser só num setor e nos outros não, não podemos centrar-nos na segurança e ignorar a dimensão económica”, acrescentou.

Os Estados Unidos assinaram o TPP no início do ano, com outras 11 economias da zona do Pacífico, incluindo México, Chile, Austrália, Japão e Peru.