Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e número dois do Governo, elogia, em entrevista ao jornal i, a oposição que está a ser feita pelo PSD ao governo de esquerda. “Não me parece que a oposição do PSD seja fraquíssima, é muito firme, muito coerente, muito clara”, diz. Sobre o caso polémico das viagens dos governantes pagas pela Galp, que foi gerido por Santos Silva, na ausência de António Costa, diz que não foi um caso assim tão difícil de gerir, e que também ele tem uma inibição no ministério que tutela.

Questionado sobre as críticas ao Governo, Santos Silva diz que todas as críticas em política “fazem sentido”, nomeadamente as de Passos Coelho e de Assunção Cristas. “Fazem sentido dentro da lógica que o dr. Passos Coelho tem, já que entende que só há um caminho possível (…) e mantém essa linha de coerência”, diz, sublinhando, com um toque de ironia, que não só “respeita” como “agradece” a “clareza”. “Torna as coisas mais evidentes e o debate muito mais vivo”, acrescenta. Para Santos Silva, a oposição que o PSD está a fazer desde que está, há um ano, na oposição, tem sido “muito firme, muito coerente e muito clara”.

Nesta lógica o ministro considera que “não há nenhum problema político” no país atualmente e elogia o facto de o país ter “regressado à normalidade” no que à relação entre instituições e órgãos de soberania diz respeito. “Temos um clima social dos mais pacíficos que a Europa vive, uma oposição aguerrida, um governo estável e os aliados no Parlamento a cumprirem o seu papel”, diz.

Sobre a polémica das viagens da Galp, que teve de gerir no verão perante a ausência do primeiro-ministro, Augusto Santos Silva diz que não foi um problema difícil. Perante a lista de inibições que o secretário de Estado Fernando Rocha Andrade disse existir para cada um dos governantes, Santos Silva admite que tem uma inibição em relação ao Instituto Camões. Isto porque a mulher do governante é professora universitária e dirige um mestrado em ensino de português como língua estrangeira. “Eu tenho isso presente, na medida em que, como ministro dos Negócios Estrangeiros tenho a tutela do Instituto Camões e o Instituto Camões apoia financeiramente instituições que asseguram a formação de professores de português como língua estrangeira”, diz, resumindo a questão das incompatibilidades à necessidade de ter “bom senso”.

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