Jorge Costa diz que o caso das licenciaturas falsas de Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, “está encerrado”. “As pessoas que falsearam dados sobre as suas licenciaturas foram identificadas, afastaram-se ou foram afastadas e, portanto, parece-me que é um caso que não tem muito mais a acrescentar”, disse o dirigente à margem das Jornadas Parlamentares do Bloco de Esquerda.

Depois de na sexta-feira à noite o CDS ter exigido a demissão do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, Jorge Costa sublinhou que “a direita não tem propriamente grandes créditos para vir fazer esse tipo de exigências, porque não há ninguém que não se recorde do tempo em que o ministro Miguel Relvas ficou no seu lugar, num caso que dispensa que o evoquemos e expliquemos”.

No centro da polémica está a notícia avançada pelo Observador na sexta-feira: João Wengorovius Meneses, ex-secretário de Estado da Juventude, quis exonerar Nuno Félix por causa dos erros que constavam do despacho da sua nomeação, onde se incluíam duas licenciaturas falsas, e Tiago Brandão Rodrigues não deixou, tendo preferido segurar o chefe de gabinete em vez do secretário de Estado. Fonte oficial do Ministério negou a tese.

Pouco depois, o porta-voz do CDS, João Almeida, veio pedir a demissão de Tiago Brandão Rodrigues porque “ninguém pode, no Governo, ocultar informação quanto ao grau académico, muito menos o ministro da Educação”.

Para o Bloco, “a direita tem muito pouco por onde pegar neste assunto e faria melhor escolher outro tema”. Jorge Costa não hesita: “Para nós, o assunto está encerrado, na medida em que as pessoas que tiveram um comportamento condenável foram afastadas”, referiu.

Quando foi nomeado chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Nuno Félix declarou, para efeitos do despacho publicado em Diário da República, que era “licenciado” em dois cursos superiores: Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa, e em Direito, na Universidade Autónoma de Lisboa. Ambas as universidades negaram que o antigo aluno tivesse acabado os cursos. Depois do Observador ter confrontado o Ministério da Educação, Nuno Félix demitiu-se.

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