O presidente do BCP escusou-se esta quarta-feira a comentar o noticiado interesse da petrolífera angolana Sonangol, que é a maior acionista do banco, em reforçar a sua posição para mais de 20% do capital da entidade portuguesa.

A Sonangol é um acionista. Não falo sobre acionistas nem sobre este tipo de situações. Não posso nem quero falar”, afirmou Nuno Amado durante a conferência de imprensa de apresentação das contas do banco nos primeiros nove meses.

E acrescentou: “Acho que é melhor perguntarem à Sonangol, porque é a acionista. Nós não podemos dar informações que não são públicas”.

O jornal económico online ECO avançou esta quarta-feira que a Sonangol, presidida por Isabel dos Santos, quer ter mais de 20% do capital do BCP e por isso já fez chegar ao Banco Central Europeu (BCE) um pedido formal de autorização. Atualmente, a petrolífera angolana detém 18% do capital do BCP, sendo a sua maior acionista.

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Esta notícia surgiu no mesmo dia em que decorreu a reunião magna de acionistas do BCP, que tinha entre os pontos da ordem de trabalhos a alteração do limite de desblindagem dos direitos de voto no BCP dos atuais 20% para 30%, no âmbito das negociações que decorrem com o grupo chinês Fosun para entrar no capital do banco português. Mas a votação desta proposta foi adiada para nova Assembleia Geral (AG), que se vai realizar no próximo dia 21 de novembro.

O presidente do BCP disse que as negociações com a Fosun relativas à entrada do grupo chinês no banco estão bem encaminhadas, e espera que até ao próximo dia 21 haja condições para dar mais um passo neste processo.

Estão a correr as negociações de uma forma adequada e achamos que dia 21 temos condições para votar”, afirmou esta quarta-feira Nuno Amado.

O gestor não quis especificar quais são as matérias que ainda não estão fechadas, mas revelou que “tem a ver com um conjunto de aspetos, quer de natureza de negócio, quer de natureza de supervisão”.

Certo é que, tal como Amado reconheceu, o adiamento da votação da alteração do limite de desblindagem dos direitos de voto no BCP dos atuais 20% para 30%, que era para ter sido esta quarta-feira feita na reunião magna de acionistas que antecedeu a apresentação dos resultados e foi adiada para nova assembleia-geral (AG), a realizar a 21 de novembro, “está muito ligado à proposta que a Fosun fez”.