É conhecido como o “Elon Musk chinês” e, tal como aconteceu já com o empreendedor norte-americano, também nem todos os projectos do bilionário Jia Yueting correm de feição. O dono da LeEco, que tem uma fortuna avaliada em 3,76 mil milhões de euros, ocupando o 37.º lugar no ranking da Forbes dos mais ricos na China, está a braços com a necessidade de proceder a radicais cortes na companhia chinesa que se mostrava totalmente focada em vários projectos de veículos eléctricos – como é o caso do futuro modelo da Aston Martin, o RapidE, ou do modelo de estreia da Faraday Future, derivado do concept FFZERO1.

Porém, eis que agora a LeEco assume estar a atravessar dificuldades financeiras, em resultado de um “crescimento descontrolado”. Recorde-se que, além das parcerias celebradas com a Aston Martin e com a start-up norte-americana de capitais públicos, a LeEco tem vindo a fazer fortes investimentos num protótipo para o seu próprio veículo autónomo, a que chamou LeSee.

Numa carta enviada no passado domingo aos seus funcionários, a que o Global Times teve acesso, o CEO e o maior accionista da LeEco lamenta que a companhia se tenha expandido para além daquilo que seria sustentável face ao seu capital e recursos limitados. Jia Yueting refere que a “a globalização foi longe de mais” e aponta “uma aparente falta de impulso” em alguns dos negócios controlados pelo gigante chinês da electrónica. No entanto, Yueting não precisa de que empresas se tratam, apenas acrescentando que têm falhas em termos de “ritmo e capacidade organizacional”. No final da alarmante missiva, o empresário reconhece que “a administração deve ser responsabilizada” e apressa-se a servir, ele próprio, de exemplo, oferecendo-se para passar a receber uma remuneração anual de apenas um yuan (13 cêntimos). Isto para sempre, enquanto trabalhar na empresa.

Entretanto, a Aston Martin garantiu já, em declarações à Autocar, que as dificuldades financeiras por que passa a LeEco não terão qualquer impacto no desenvolvimento do seu futuro modelo eléctrico. “O trabalho no projecto RapidE, cujo arranque da produção está agendado para 2018, continua de acordo com o planeado entre a Aston Martin e a LeEco”, afirmou um porta-voz da marca britânica.

Quanto à LeEco, continua sem desvendar de que forma a sua actual situação financeira afectará as suas próprias ambições relativamente à indústria automóvel.

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