A petrolífera estatal brasileira Petrobras registou um prejuízo de 16,5 mil milhões de reais (4,5 mil milhões de euros) no terceiro trimestre, contrariando a tendência de recuperação do semestre anterior.

A queda foi impulsionada principalmente pelo “‘impairment’ [imparidade, baixas] de ativos e de investimentos em coligadas de 15,7 mil milhões de reais [4,25 mil milhões de euros]”, lê-se numa nota de imprensa divulgada quinta-feira.

Segundo a empresa, o ‘impairment’ resultou da apreciação do real, do aumento da taxa de desconto, da revisão de um conjunto de premissas, tais como o preço de Brent e a taxa de câmbio de longo prazo, e por alterações na carteira de investimentos no plano de negócios.

“É um evento não recorrente e a Petrobras não espera que nos próximos trimestres ocorram resultados de testes de imparidade dessa magnitude que aconteceram neste trimestre”, disse o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, citado pela imprensa brasileira.

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Entre os fatores que contribuíram para o prejuízo, a empresa apontou os gastos com os acordos negociados com fundos de investimento em ações contra a Petrobras em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e as despesas com um programa de rescisões voluntárias.

O gerente executivo de desempenho da companhia, Mário Jorge da Silva, citado pela imprensa local, frisou que, se não fossem os eventos extraordinários, a Petrobras teria encerrado o trimestre com um lucro de cerca de 600 milhões de reais (162,7 milhões de euros).

“O fluxo de caixa livre foi positivo pelo sexto trimestre consecutivo, totalizando 16,4 mil milhões de reais [4,45 mil milhões de euros], um valor 52% superior ao registado no segundo trimestre. Esse resultado é explicado por um aumento de 22% da geração operacional e pela redução de 8% dos investimentos”, destacou a gigante petrolífera.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ajustado no terceiro trimestre somou 21,6 mil milhões de reais (5,8 mil milhões de euros), sendo “6% superior ao trimestre anterior em função do aumento da produção e exportação de petróleo e de menores gastos com importações”, lê-se na nota.

No acumulado do ano, a petrolífera – que está no centro do maior escândalo de corrupção da história brasileira, investigado na Operação Lava Jato – tem um prejuízo de 17,3 mil milhões de reais (4,7 mil milhões de euros).

No segundo trimestre, a petrolífera teve um lucro líquido de 370 milhões de reais (100 milhões de euros), após três trimestres de prejuízo.

A empresa terminou setembro com uma dívida de 398 mil milhões de reais (107,7 mil milhões de euros).