A despesa do Estado angolano com militares e polícia vai continuar a ser superior aos gastos com a Educação e Saúde em 2017, subindo para 5,6 mil milhões de euros.

Os dados constam da proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, cuja discussão e votação na generalidade no Assembleia Nacional está agendada para quinta-feira, sendo que o peso da Defesa e Segurança e Ordem Pública sobe para 20% do total das despesas programadas para o próximo ano (sem contabilizar o serviço da dívida).

O valor inscrito na proposta do OGE de 2017 para militares, polícias, serviços prisionais, tribunais e bombeiros é de 1,012 biliões de kwanzas (5,6 mil milhões de euros), o que compara com um peso 13,3% do total no Orçamento atualmente em vigor (2016, revisto em setembro), que reserva para estas despesas 929,7 mil milhões de kwanzas (5,2 mil milhões de euros).

Só diretamente na componente da Defesa, Angola prevê gastar em 2017 mais de 10,5% do total da despesa fiscal, o equivalente a 535,1 mil milhões de kwanzas (2,980 mil milhões de euros).

Já os gastos com a Educação em 2017 sobem para 500,6 mil milhões (2,790 mil milhões de euros), num peso que passa de 6,5% do total, este ano, para 9%, em 2017.

A despesa com a Saúde e o funcionamento dos hospitais também cresce, passando a ter um peso total de 6,15%, equivalente a 310 mil milhões de kwanzas (1,730 mil milhões de euros), face aos 4,4% do OGE em vigor.

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No total, estes dois setores, juntos, veem a dotação orçamental crescer para 811,3 mil milhões de kwanzas (4,520 mil milhões de euros), face aos 758,9 mil milhões de kwanzas (4,235 mil milhões de euros) do Orçamento em vigor.

O último relatório anual da Organização Mundial de Saúde, lançado em maio, indica que Angola apresentou a segunda mais baixa esperança de vida em 2015, figurando na cauda da tabela da mortalidade infantil mundial.

Segundo o documento, a esperança média de vida à nascença em Angola cifrou-se nos 52,4 anos, apenas à frente da Serra Leoa, com 50,1 anos.

Aquela organização das Nações Unidas concluiu igualmente que por cada 1.000 nados vivos morrem em Angola 156,9 crianças até aos cinco anos, apresentando por isso a mais alta taxa de mortalidade mundial em 2015. Além disso, em cada 100.000 nados vivos em Angola morrem 477 mães, neste caso distante da Serra Leoa, onde para a mesma proporção morrem 1.360 mulheres.

Este deverá ser o último orçamento anual aprovado na atual legislatura, tendo em conta a previsão de realização de eleições gerais em Angola até agosto do próximo ano.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia.