O Governo moçambicano decretou esta sexta-feira três dias de luto nacional pelas vítimas da explosão de um camião-cisterna na província de Tete, centro do país, e que provocou 56 mortos confirmados e 108 feridos.

O luto tem início no sábado e prolonga-se até 21 de novembro, informou Mouzinho Saíde, porta-voz do Conselho de Ministros, que esteve reunido hoje de manhã em sessão extraordinária em Maputo.

“Durante o período de luto nacional, a bandeira nacional será içada a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares de Moçambique”, disse aos jornalistas Mouzinho Saíde.

É a segunda vez em menos de dois anos que o Governo decreta luto nacional por causa de uma tragédia na província de Tete, após 75 pessoas terem morrido em Chitima em janeiro de 2015 de envenenamento por uma bebida tradicional quando regressavam de um funeral.

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O porta-voz do Conselho de Ministros avançou igualmente que será criada uma comissão de inquérito para investigar a explosão, a ser liderada pelo Ministério da Justiça e integrada pelos ministérios do Interior, Administração Estatal e Função Pública e Energia e Recursos Minerais.

O balanço, apresentado esta sexta-feira pelo Governo, indica a existência de 56 mortos confirmados e 108 feridos, abaixo das 73 vítimas mortais avançadas na noite de quinta-feira pela Rádio Moçambique, citando o Governo Provincial de Tete.

Segundo a versão do Governo, o camião desviou-se da sua rota para a localidade de Caphiridzange, no distrito de Moatize, onde ocorreu a tragédia, após o motorista ter abandonado o veículo em sobreaquecimento. Dezenas de pessoas, de acordo com o Governo, tentavam retirar o combustível do camião quando foram surpreendidas por uma explosão.

À entrada do Conselho de Ministros, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, lamentou a tragédia e disse que é preciso flexibilidade das autoridades na assistência às vítimas.

O Conselho de Ministros extraordinário ocorreu em paralelo com o envio previsto para hoje para o local da tragédia de uma equipa governamental, dirigida pela ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua, acompanhada pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, pelo vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saíde, e pelo diretor do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Osvaldo Machatine.