Ainda é cedo. As eleições presidenciais em França são apenas em maio do próximo ano. E continuam ainda por conhecer todos os candidatos, da esquerda à direita. Mas à direita, na extrema direita, a candidata será Marine Le Pen. E Marine é, por agora, a favorita a vencer a primeira volta. E com alguma margem.

A sondagem divulgada pela Ipsos (e que analisa cinco hipotéticos cenários eleitorais com candidatos diferentes) é clara: a Frente Nacional pode mesmo chegar ao poder. Marine Le Pen surge com 29% das intenções de voto, seguida pelo partido Les Républicains de Nicolas Sarkozy (21%) e por Jean-Luc Mélenchon (14%) do Parti de Gauche.

É verdade que o ex-presidente Sarkozy surge como principal adversário de Marine. Mas nem ele sabe se será realmente o adversário. É que a sondagem surge na mesma semana em que se disputa a primeira volta (será este domingo) das eleições primárias à direita. Neste altura são sete os candidatos a votação. Na próxima semana, os dois que melhor resultado conseguirem vão disputar a segunda e derradeira volta. E a votação está renhida entre três deles: Sarkozy, o ex-primeiro ministro Francois Fillon e Alain Juppé.

Mas a França prepara-se para uma vitória (ou, pelo menos, o favoritismo eleitoral) da Frente Nacional. Esta semana, quando questionado sobre a ascensão de Marine Le Pen e da extrema direita ao Palácio do Eliseu, o atual primeiro ministro Manuel Valls confirmou que esta é “uma possibilidade”, alertando depois para “riscos” de tal eleição.

Marine lidera desde 2011 o partido que o pai, Jean-Marie Le Pen, fundou em 1972. Um partido populista, anti-emigração e anti-europeísta. É assim que se assume sem peias — e quando não se “assume”, di-lo nas entrelinhas — a Frente Nacional no seu programa político.

Nas presidenciais de 2012, eleição à qual Marine concorreu — como, aliás, o pai Jean-Marie sempre fizera –, a Frente Nacional acabaria por ficar em terceiro lugar da primeira volta com 17.9% dos votos. Sakozy obteve 27.18% e François Hollande, eleito depois, 28.63%.

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