O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, contestou esta segunda-feira o acordo político entre PS e BE sobre o aumento do salário mínimo em 2017, considerando que o tema pertence à concertação social.

“Ouvir os parceiros sociais não é informar os parceiros sociais daquilo que se vai impor”, avisou Saraiva, referindo-se ao anúncio, pelo Bloco de Esquerda, de um acordo com o Governo para aumentar, em 2017, o salário mínimo para os 557 euros, à margem da concertação social.

O presidente da CIP apelou a um diálogo construtivo no âmbito da concertação social, lembrando haver “um acordo que se mantém válido até final deste ano e onde os indicadores objetivos que lá estão contemplados definem um escalonamento da evolução do salário mínimo para 2017”.

“Feitas as contas, dá 540 euros” para 2017, salientou, manifestando-se disponível para negociar, lembrando que um acordo em sede de concertação social não se limita ao salário mínimo, incorporando a melhoria dos fatores de competitividade.

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António Saraiva referiu também que aumentar o salário mínimo de modo “irrealista” só tem uma consequência: o desemprego.

O líder da CIP falou aos jornalistas à margem de um evento no Conselho Económico e Social Europeu, em Bruxelas.

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou no passado dia 05, em Santarém, que, em janeiro de 2017, o salário mínimo nacional “será no mínimo de 557 euros”, cumprindo o acordo com o PS de aumento anual de 5% até aos 600 euros.

Catarina Martins, que falava numa sessão/debate sobre o Orçamento do Estado para 2017, referiu o aumento do salário mínimo para os 557 euros em janeiro como uma das medidas em matéria de legislação laboral em que houve acordo “para lá do Orçamento do Estado”.