Depois de ter negado que as notícias falsas sobre Trump que circularam no Facebook tenham influenciado os resultados eleitorais nos Estados Unidos, Mark Zuckerberg vem agora anunciar um plano de sete pontos para combater a “desinformação” no Facebook. O líder da rede social tem vindo a dizer que não pretende “ser o árbitro da verdade”, preferindo “confiar na comunidade que compõe o Facebook” para detetar os conteúdos falsos. Zuckerberg sublinha ainda que a equipa da rede social tem “vindo a trabalhar neste problema há muito tempo”, mas “ainda há muito trabalho a ser feito”.
O principal mecanismo de deteção de histórias falsas — como a notícia de que o Papa Francisco teria apoiado Donald Trump, uma das várias que foram divulgadas ao longo da campanha eleitoral de Trump — é a possibilidade de os próprios utilizadores identificarem um conteúdo como falso. “À semelhança do clickbait, do spam e das armadilhas, penalizamos estes conteúdos no Feed de Notícias, pelo que é menos provável que se alastre”, continua o fundador da rede social.
Se, por norma, o Facebook não divulga os projetos que está a desenvolver, desta vez foi diferente. “Dada a importância destes assuntos e o interesse na matéria, quero mostrar o esboço de alguns dos projetos que já temos em curso”, afirma Mark Zuckerberg. São sete as novas funcionalidades que deverão ajudar a combater a divulgação de notícias falsas no Facebook:
- Deteção mais forte. O Facebook quer melhorar a sua “capacidade de classificar a desinformação”, através da criação de “melhores sistemas técnicos para detetar o que as pessoas irão denunciar como falso antes de elas o fazerem”.
- Maior facilidade em reportar histórias falsas. A rede social pretende que seja mais fácil para os utilizadores assinalarem um conteúdo falso.
- Verificação externa. Através do estabelecimento de parcerias com organizações de fact-checking, o Facebook quer detetar mais rapidamente os conteúdos que não são verdadeiros.
- Avisos. Os responsáveis da rede social querem criar uma etiqueta para ficar associada às notícias classificadas como falsas.
- Artigos relacionados. Muitos dos conteúdos falsos surgem na secção de artigos relacionados com notícias verdadeiras, pelo que o Facebook quer “elevar a fasquia” para a aceitação de conteúdos relacionados.
- Acabar com os conteúdos falsos patrocinados. Visto que muitos dos conteúdos falsos fazem parte de esquemas para obter lucros, o Facebook pretende quebrar estes sistemas.
- Contactos com jornalistas. A rede social quer “trabalhar com jornalistas e outros na indústria das notícias”, para “entender melhor quais são os seus sistemas de fact-checking e aprender com eles”.