O ministro das Finanças era um dos principais oradores do último dia de jornadas parlamentares do PS, mas desmarcou a presença no encontro socialista da Guarda à última hora. Numa altura em que Mário Centeno estava a ser pressionado e criticado , até internamente, sobre o caso das declarações de rendimentos dos gestores da Caixa Geral de Depósitos, o Ministério das Finanças justifica esta ausência com “motivos de agenda“.

Mas a tutela não divulga o que tem Mário Centeno de mais importante para fazer do que reunir com o grupo parlamentar que nos próximos dias vai ser o seu “braço” no Parlamento, onde serão feitas as últimas alterações ao Orçamento do Estado para 2017. Tanto mais que a participação do ministro das Finanças no encontro dos deputados do PS é público há 19 dias (desde 3 de novembro), altura em que foi divulgado aos jornalistas o programa das Jornadas.

O Observador apurou, no entanto, que amanhã Mário Centeno vai ter um encontro (não público) no estrangeiro, que terá dificultado a apertada agenda. O encontro, cujo local ainda não foi indicado, será com investidores. A ausência apanhou de surpresa os deputados e até o primeiro-ministro, que à chegada ao almoço foi abordado sobre o assunto por uma jornalista, numa conversa a que o Observador assistiu: “O ministro das Finanças não vem…” Ao que Costa retorquiu: “Pois, já soube, já soube”. Questionado novamente sobre se o motivo da ausência era uma missão ao estrangeiro, António Costa respondeu: “Está cá. Está cá”. E enquanto se afastava ainda pegou nas palavras da jornalista para completar: “Não é nenhuma missão ultrasecreta. Vão ficar a saber…”

Ainda na segunda-feira, alguns deputados exigiram, em declarações ao Observador, que o ministro das Finanças prestasse esclarecimentos sobre a alegada existência de um acordo escrito que permitiria aos administradores da Caixa Geral de Depósitos estarem isentos de entrega de declarações no Tribunal Constitucional.

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