Thomas Mair foi condenado esta quarta-feira à prisão perpétua pelo homicídio da deputada britânica Jo Cox. A decisão, tomada devido à “seriedade excecional” das ofensas, foi anunciada depois de uma deliberação de uma hora e meia e de um julgamento que se arrastou por seis dias — e no qual Mair não fez qualquer tipo de esforço em tentar defender-se das acusações, como refere o The Guardian.

Pela primeira vez em seis dias, Mair pediu autorização para se dirigir esta quarta-feira ao tribunal, pedido que o juiz Alan Fraser Wilkie recusou alegando que o arguido já tinha tido várias oportunidades de se explicar que nunca tinha aproveitado. Mair foi ainda declarado autor do ataque a Bernard Kenny, um antigo mineiro de 77 anos que tentou salvar a deputada do Partido Trabalhista.

Jo Cox foi atacada a 16 de junho em Birstall, uma pequena localidade em West Yorkshire. Mair, um jardineiro desempregado de 53 anos, disparou sobre a deputada enquanto esta saia de um carro, perto da biblioteca local, antes de a esfaquear 15 vezes. Os serviços de emergência foram rapidamente acionados, mas Cox acabou por morrer no local. Tinha 41 anos e dois filhos pequenos, de cinco e três anos.

Testemunhas no local afirmaram ter ouvido o atacante gritar “Britain First!”, o que indicou desde logo tratar-se de um ato de extrema direita. O ataque aconteceu durante a campanha do Brexit, e Cox era contra a saída do Reino Unido da União Europeia.

Buscas realizadas à casa de Mair confirmaram as suspeitas iniciais da polícia — o antigo jardineiro tinha em sua posse uma vasta coleção de livros sobre a Segunda Guerra Mundial e o nazismo. As suas atividades online mostraram também um interesse pela supremacia da raça branca e pelo apartheid sul-africano.

Thomas Mair foi presente a tribunal no passado dia 18. Quando lhe perguntaram qual era o seu nome, Mair respondeu que se chamava “Morte aos traidores, liberdade para a Grã-Bretanha”.

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