Marcelo Rebelo de Sousa considerou esta quarta-feira que o seu salário como Presidente da República “é justo”, mas que tem “de ter cuidado na gestão”, após ter dito que ganhava pouco para comprar um quadro caro.

Esta questão surgiu durante uma visita à Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, em Lisboa, onde o chefe de Estado viu uma exposição de pintura e destacou um dos quadros, da autoria de Pedro Almeida, um jovem que pinta com uma caneta colocada num capacete adaptado.

O quadro era composto por vários rostos, pintados a preto, dentro de quadrados. Tendo ao seu lado o jovem, numa cadeira de rodas, e uma responsável daquela instituição, o Presidente elogiou-o: “É um artista, muitos parabéns. As obras dele já devem estar caríssimas”.

“Nós gostaríamos que estivessem valorizadas”, retorquiu prontamente a responsável da instituição. “É? Estão caras? Então não posso comprar, porque o Presidente da República ganha pouco”, observou então, em tom descontraído, Marcelo Rebelo de Sousa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No final desta visita, que aconteceu por ocasião dos 60 anos da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores, a comunicação social questionou o Presidente da República, começando por lhe perguntar se vai comprar algum quadro desta exposição.

“Eu vou comprar, mas não em público”, respondeu o chefe de Estado, revelando que antes desta visita já lhe tinha sido oferecido um quadro de um dos pintores.

Depois, a comunicação social perguntou-lhe se pensa que o Presidente da República ganha pouco.

“Não é ganhar pouco, quer dizer, ganha o que deve ganhar, mas tem de gerir com muito cuidado a sua economia, tem de dar o exemplo de parcimónia nas finanças públicas”, esclareceu Marcelo Rebelo de Sousa.

Confrontado com o facto de ser o segundo Presidente da República a referir-se ao valor dos seus rendimentos, acrescentou: “Sim, mas eu acho que o que ganho é justo. Agora, tenho de ter cuidado na gestão, para dar o exemplo ao Estado”.

“Nós temos contenção no défice, eu tenho de ter contenção também no meu défice”, reforçou.