O mais provável é que muitos não tenham esquecido os dias em que a música circulava entre as ruas e os espaços culturais de Aveiro. Mas não é só para os de boa memória que esta história regressa: a partir desta quarta-feira e até sábado, a sétima edição — ou a “edição zero”, como a organização prefere dizer – traz de volta a música do mundo do festival Sons em Trânsito. E o Teatro Aveirense é o local de todos os reencontros.

Em 2002, a produtora com o mesmo nome decidiu criar um festival em Aveiro, a cidade onde a empresa continua sediada. A programação parecia estar assegurada todos os anos mas em 2007 foi interrompida esta continuidade: a falta de apoios e a crise económica ditaram o fim do festival Sons em Trânsito. O regresso parecia difícil, até para Vasco Sacramento, diretor do festival e da promotora. “Nunca tinha pensado nisso sequer”, reconhece. Porém, a nova edição ganhou asas com o desafio proposto pelo teatro municipal — que será novamente o palco de todos os concertos, tal como aconteceu nos dois últimos anos do Sons em Trânsito.

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A programação não vai fugir ao que foi regra durante seis anos: a aposta na música do mundo. Embora “a ansiedade da equipa” esteja presente a poucos dias do regresso do festival, Vasco Sacramento acredita que as grandes mudanças e inovações só podem acontecer após esta “edição-zero”. Ou “a edição 7.0”, como o responsável prefere chamar ao Sons em Trânsito. Ainda assim, um dos objetivos deste ano é promover a lusofonia, desde Portugal ao Brasil, mas sem “recair nas escolhas óbvias”.

Esta quarta-feira, o angolano Toty Sa’Med e a cabo-verdiana Mayra Andrade sobem ao palco. No dia seguinte, é a vez de Espanha e do Brasil, com Vicente Amigo e Céu. Na noite de sexta-feira, Aline Frazão traz Angola, Elza Soares leva o público de volta ao Brasil e Riot representa um Portugal em constante viagem. No último dia, a música brasileira ganha novamente com Ed Motta, mais Amadou & Mariam do Mali e os Fogo Fogo de Portugal.

Além dos concertos, haverá sessões de contos do mundo com a narradora Ana Sofia Paiva e uma feira de músicas do mundo, onde “o público pode atualizar as suas coleções”. Estas duas iniciativas têm entrada livre. Os preços para os espetáculos variam entre os 18 e os 22 euros.

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