O número de mortos na explosão de um camião-cisterna na quinta-feira na província de Tete, centro de Moçambique, subiu para 88, na sequência de quatro óbitos nas últimas 24 horas, segundo o último balanço oficial.

Na última atualização do balanço da explosão ocorrida em Caphiridzange, durante uma ação de roubo coletivo de combustível, o Hospital Provincial de Tete informou que 53 pessoas continuavam hoje internadas, das quais 30 em estado grave.

Um homem suspeito de negócios ilícitos de combustível foi detido, avançou o comando provincial de Tete da Polícia da República de Moçambique, citado pela televisão pública, que espera realizar mais detenções em ligação com o caso.

Relatos à Lusa no local indicam que o camião-cisterna com matrícula malauiana, pertencente a uma firma de distribuição de combustível, desviou-se da rota na quarta-feira à tarde, após um pré-negócio, para uma pequena mata a uns 400 metros da estrada Nacional 7, onde parte da carga seria retirada para os bidões de um grupo de revendedores de rua.

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Na sequência de um curto-circuito da motobomba que puxava o combustível, uma das secções do tanque incendiou-se, o que provocou uma enchente de curiosos no local.

Já na quinta-feira e com o primeiro incêndio extinto, devido à fuga do motorista do camião e ausência das autoridades, a população começou a retirar combustível, com recurso a baldes, da segunda secção do tanque que ainda estava intacta.

Foi esta secção que explodiu, matando no local 43 pessoas e ferindo 173.

Na terça-feira, o Comando Geral da Polícia da República de Moçambique disse que as autoridades procuram o motorista malauiano do camião-cisterna e o motorista moçambicano do veículo para onde estava a ser transferido combustível roubado do primeiro veículo.

Na sequência da tragédia, o Governo decretou três dias de luto nacional e nomeou uma comissão de inquérito aos acontecimentos de Caphiridzange.