O Governo angolano recebe, esta quinta-feira, o novo centro de formação Profissional do setor das águas, construído nos arredores de Luanda e cuja primeira fase foi financiada integralmente pela União Europeia (UE), com quatro milhões de euros.

De acordo com informação da delegação da UE em Luanda, enviada à Lusa, trata-se de um investimento financiado ao abrigo do 10.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), estando o centro, com capacidade para 70 formandos, implementado na vila de Onga Zanga, município de Icolo e Bengo, numa área superior a 13 mil metros quadrados.

Permitirá formar os atuais e novos trabalhadores do setor, como forma de contribuir para sistemas de abastecimento de água potável e de tratamento das águas residuais “sustentado por técnicos devidamente qualificados e capazes de dar resposta às necessidades mais urgentes do país”, explicaram os promotores do projeto, que envolve ainda o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Banco Mundial.

O empreendimento, cuja primeira fase é formalmente entregue, esta quinta-feira, ao Governo angolano, insere-se na “estratégia de desenvolvimento do setor das águas” no país e ainda contará com um financiamento estatal de 4,2 milhões de euros, para obras complementares e equipamentos, até 2017.

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“Quando a água se torna escassa durante as secas, as populações recorrem a água de superfície que muitas vezes é insegura, colocando em risco a vida de muitas crianças e as suas famílias”, recorda recentemente a Unicef, ao referir-se à situação em Angola e à importância deste novo centro de formação.

Segundo aquela organização das Nações Unidas, mais de 1,4 milhões de pessoas sofrem com os efeitos das mudanças climáticas em seis províncias do sul de Angola.

A Lusa noticiou em fevereiro que as secas em Angola afetaram desde 1981 mais de seis milhões de pessoas, segundo a atualização do plano de prevenção e redução do risco de desastres.

Ainda de acordo com o documento, entre 1981 e 2015 registaram-se 12 anos de cheias ou seca, esta última especialmente grave nos anos de 1989, com 1,9 milhões de pessoas afetadas, e de 2012, quando mais de 1,8 milhões de pessoas sofreram as consequências da falta de chuva, essencialmente no sul de Angola.