Este sábado passa um ano desde que o Governo do PS tomou posse e o primeiro-ministro vai estar, durante a tarde, na reitoria da Universidade de Lisboa, para responder a perguntas diretas de um grupo de 60 portugueses selecionados pelo Instituto de Ciências Sociais. A ideia é fazer uma avaliação do trabalho do primeiro ano do Executivo, que sairá depois num relatório elaborado pela mesma instituição.
O Governo quis, de acordo com a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, “assinalar o primeiro ano em proximidade com os cidadãos” e, além desta iniciativa, todo o Governo estará na rua neste sábado, por todo o país (e não só), com iniciativas onde os ministros apresentarão medidas novas ou já concretizadas. “O objetivo é mostrar que, depois de demonstrado que havia uma alternativa, hoje já se podem apresentar medidas”, afirmou Mariana Vieira da Silva ao jornalistas num briefing sobre as iniciativas do Governo para assinalar o seu primeiro ano.
A coordenação do trabalho de consulta aos cidadão está a cargo da politóloga Marina Costa Lobo (e coordenadora do Observatório da Qualidade da Democracia do ICS, da Universidade de Lisboa) que explicou ao Observador que o grupo foi escolhido de forma a ser “representativo do eleitorado português”, tendo sido usados critérios como a classe social, género, idade ou local de residência. E a ideologia, pesou? “Não”, garante a politóloga que garante que o estudo é “puramente sócio-demográfico”. “A expetativa é que entre este grupo existam várias sensibilidades políticas. A amostra é representativa, por isso é natural que também esteja representada a ideologia, mas nada foi perguntado às pessoas do ponto de vista político“, durante o processo de escolha, assegura Costa Lobo.
Características do grupo que vai questionar o primeiro-ministro:
- 34% pessoas do litoral;
- 26% da grande Lisboa;
- 16% do interior do país;
- 12% do Sul do país;
- 12% do grande Porto;
- 52% são mulheres;
- 48% são homens.
A ideia de fazer uma avaliação anual do Governo, junto dos portugueses, consta do programa do Executivo que foi aprovado há um ano no Parlamento (depois de uma longa crise política de quase dois meses, depois das eleições de 4 de outubro de 2015). Inicialmente António Costa previa que isso pudesse ser feito através de uma auscultação online, mas o Governo acabou por preferir este modelo em que o grupo de 60 pessoas será subdividido em quatro “microgrupos” representativos sobretudo do ponto de vista do género e da idade”, explica Marina Costa Lobo, e vão ser confrontados, “através das técnicas de focus group“, com alguns temas. É daí surgirão as questões que serão colocadas, nessa mesma tarde, ao primeiro-ministro, por representantes nomeados por cada microgrupo. Mais tarde será produzido um relatório, pelo ICS, com os resultados da avaliação que será feita.
No palco estará António Costa, mas também todos os ministros do Governo, para quem o primeiro-ministro pode remeter questões mais setoriais que possam ser colocadas — durante a sessão de uma hora e meia — já que o que será perguntado não é do conhecimento prévio do Governo.
Durante a manhã, os ministros vão estar pelo país, como por exemplo o ministro da Economia, que vai estar no Porto e em Matosinhos, com visitas na área do Turismo, mas também ligadas à atividade comercial, ou o ministro da Saúde, que estará em Lisboa, no Centro de Saúde de Sete-Rios para uma visita a uma consulta anti-tabágica. Haverá também obras a lançar, como será o caso do ministro da Educação, que irá até Sintra para assinar neste dia o protocolo para a requalificação do pavilhão gimno-desportivo de uma escola básica local. A ministra da Justiça irá até ao Tribunal de Portel, em Évora, que foi um dos encerrados pelo anterior Governo e que reabrirá a partir do início do ano.
No final do dia, logo depois da sessão na Reitoria da Universidade de Lisboa, o Governo reúne-se todo (também com os secretários de Estado), para um balanço deste ano e a inevitável fotografia de família.