O número de mortos na sequência da explosão, há uma semana, de um camião- cisterna em Caphiridzange, na província de Tete, centro de Moçambique, subiu para 93, informou fonte hospitalar.
Verónica de Deus, falando pela direção do Hospital Provincial de Tete, disse à Rádio Moçambique que o número de vítimas mortais estabilizou nas últimas 24 horas, depois de ter subido de 88 para 93, entre quarta-feira e quinta-feira.
“Ainda temos internados 51 doentes, dos quais 13 nos cuidados intensivos”, acrescentou, adiantando que, entre os internados, encontram-se oito crianças e uma mulher grávida.
Segundo a direção do hospital, as equipas médicas duplicaram os turnos para a realização de intervenções cirúrgicas.
Relatos à Lusa no local indicam que o camião-cisterna com matrícula malauiana, pertencente a uma firma de distribuição de combustível, desviou-se da rota na quarta-feira da semana passada à tarde, após um pré-negócio, para uma pequena mata a uns 400 metros da estrada Nacional 7, onde parte da carga seria retirada para os bidões de um grupo de revendedores de rua.
Na sequência de um curto-circuito da motobomba que puxava o combustível, uma das secções do tanque incendiou-se, o que provocou uma enchente de curiosos no local.
Já na quinta-feira seguinte e com o primeiro incêndio extinto, devido à fuga do motorista do camião e ausência das autoridades, a população começou a retirar combustível, com recurso a baldes, da segunda secção do tanque que ainda estava intacta.
Foi esta secção que explodiu, matando no local 43 pessoas e ferindo 173.
Na terça-feira desta terça-feira, o Comando Geral da Polícia da República de Moçambique disse que as autoridades procuram o motorista malauiano do camião-cisterna e o motorista moçambicano do veículo para onde estava a ser transferido combustível roubado do primeiro veículo.
Na sequência da tragédia, o Governo decretou três dias de luto nacional e nomeou uma comissão de inquérito aos acontecimentos de Caphiridzange.
Um homem suspeito de negócios ilícitos de combustível foi detido, avançou o comando provincial de Tete da Polícia da República de Moçambique, citado pela televisão pública, que espera realizar mais detenções em ligação com o caso.