O bispo da diocese de Leiria/Fátima, António Marto, afirmou, este sábado, que a petição contra a visita do papa à comemoração do centenário das aparições não lhe tira o sono.

“Não me tira o sono e não me traz novidade nenhuma”, disse António Marto, questionado pelos jornalistas sobre a petição contra a visita do papa a Fátima.

O bispo encontrou nesta iniciativa a mesma “reação que existiu também em 1917, na mentalidade dos jacobinos, que nunca aceitaram” Fátima.

“Apenas algo que me deixa curioso é que, 100 anos depois, Fátima continua a incomodar”, constatou António Marto, que falava aos jornalistas à margem da jornada de abertura do novo Ano Pastoral e Jubilar do Santuário de Fátima.

O músico Pedro Barroso, o advogado Carlos Tomé e o padre Mário de Oliveira, da Lixa, são algumas das pessoas que promoveram uma petição contra a ida do papa a Fátima para credibilizar o milagre de há 100 anos.

“Não é uma crítica religiosa, cada um acredita naquilo que acredita, mas é evidente que o milagre é um embuste, uma farsa, uma má encenação com cem anos, tempo já para ter sido desmascarado e que hoje em dia se tornou um negócio”, justificou à agência Lusa Pedro Barroso.

Intitulada “Contra a credibilização do ‘milagre’ de Fátima”, a petição é dirigida ao bispo de Leiria, ao Patriarcado de Lisboa, ao núncio apostólico e à Conferência Episcopal Portuguesa.

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Entre os primeiros subscritores estão também os antropólogos João Carlos Lopes e Carlos Simões Nuno, o professor do Instituto Politécnico de Tomar Luís Mota Figueira, o antigo coordenador da CGTP no distrito de Santarém Valdemar Henriques, o engenheiro João Saramago e o jornalista André Nuno Lopes.

O Papa deverá estar em Portugal a 13 de maio de 2017, por ocasião do centenário das aparições.

Francisco será o quarto papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI – 50 anos das aparições -, João Paulo II (12-15 de maio de 1982, 10-13 de maio de 1991 e 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010).

O papa João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no aeroporto de Lisboa, em 1982, a caminho da América Central.