Duas pessoas ficaram soterradas esta segunda-feira de manhã na derrocada de um prédio em obras na esquina da rua Alexandre Herculano com a rua Rodrigo da Fonseca, no centro de Lisboa. Os bombeiros já confirmaram a morte dos dois trabalhadores. O segundo corpo foi retirado na noite de segunda-feira dos escombros, disse à Lusa fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros.

“Foi resgatada a segunda vítima mortal e os trabalhos foram dados como terminados por volta das 00h10”, afirmou a mesma fonte, acrescentando que os dois homens teriam idades entre os 50 e os 55 anos.

As vítimas são de nacionalidade portuguesa, entre os 50 e os 55 anos, de Fafe, que trabalhavam para o Grupo Casais, empreiteiro da obra.

A informação inicial foi confirmada ao Observador pela PSP de Lisboa. Também a Proteção Civil dá conta do desabamento na lista de ocorrências, na sua página da internet. Fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros explicou ao Observador que se tratou da “derrocada parcial da fachada interior” do edifício, que tinha cinco pisos. Segundo os bombeiros, três pisos derrocaram, com as lajes interiores a caírem para dentro daquilo que se chama saguão.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O inspetor-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho, Pedro Pimenta Braz, encontra-se no local a acompanhar a situação. O inspetor diz que toda a situação “é uma vergonha” e “é extremamente preocupante que no meio da cidade de Lisboa, a capital de um país da União Europeia, morram duas pessoas a trabalhar”.

O alerta foi dado por volta das 12h00. Além dos agentes da PSP que estão a garantir a segurança no local, encontram-se na zona do edifício em ruínas 15 elementos dos Sapadores Bombeiros, apoiados por cinco viaturas. A Polícia Municipal indicou que o trânsito está cortado no local, onde foi montado um perímetro de segurança.

O site da Autoridade Nacional de Proteção Civil dá conta de um “desabamento de estruturas edificadas” que mobiliza um total de 31 homens e nove viaturas. Cerca das 13h10, as equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não tinham ainda entrado no local por questões de segurança, pelo que ainda não sabiam dar informações sobre a existência de feridos.

As obras começaram há três meses, estando o edifício a ser reabilitado, e não havia suspeitas de que as paredes interiores estivessem em risco.