O Ministério de Defesa do Japão foi alvo de um ataque informático “muito grave”, que pode ter causado a fuga de informação sensível e cuja origem pode estar num organismo estatal estrangeiro, anunciaram, esta segunda-feira, fontes governamentais.
O objeto do ataque, perpetrado em setembro e revelado agora, foi à Infraestrutura de Informação e Defesa do Ministério, uma rede interna que liga as diferentes bases das Forças de Autodefesa (Exército) japonesas, disseram fontes deste organismo à agência local Kyodo.
As mesmas fontes qualificaram o ataque como “muito grave” e explicaram que foi executado por agentes “altamente qualificados”, que provavelmente integram algum organismo estatal estrangeiro, devido ao seu nível de sofisticação.
As autoridades japonesas estão a trabalhar na avaliação dos danos causados e do volume de dados que poderão ter sido vazados, assim como para reparar as falhas de segurança, acrescentou a fonte governamental.
O ataque foi feito através do acesso não autorizado a computadores da Academia Nacional de Defesa e do Colégio Nacional de Medicina Militar, que foram utilizados como “pontes” para entrar na rede interna das bases japonesas.
Por causa do incidente, as Forças de Autodefesa proibiram temporariamente o uso da Internet a todos os seus funcionários.
O ataque informático de um sistema que alegadamente contava com alta proteção volta a pôr em evidência a vulnerabilidade informática de entidades estatais e de empresas japonesas.
Nos últimos anos foram registados diversos incidentes similares que terminaram com a fuga de dados pessoais, embora o divulgado hoje seja descrito como um dos mais graves por implicar informação classificada.
Em junho último, o Governo de Tóquio pôs em marcha uma estratégia para aumentar a proteção dos organismos públicos face a ataques informáticos, em linha com a declaração sobre este assunto adotada pelo G7 na cimeira celebrada no final de maio em Ise-Shima (Japão).