O escritor nigeriano e prémio Nobel da Literatura Wole Soyinka anunciou esta quinta-feira ter deitado fora a sua autorização de residência permanente nos Estados Unidos em reação à recente eleição de Donald Trump para a Casa Branca.

Pouco antes do escrutínio, Wole Soyinka tinha ameaçado livrar-se da sua “carta verde” em caso de vitória do milionário devido às suas posições hostis à imigração. “Já o fiz. Fiz o que disse que faria”, declarou o escritor, de 82 anos, à agência France Presse em Joanesburgo, à margem de uma conferência sobre educação. “Horrorizava-me pensar sobre o que ia acontecer com Trump” na presidência dos Estados Unidos, adiantou.

O primeiro africano a ser galardoado com o Nobel da Literatura, em 1986, tem ensinado em várias universidades norte-americanas, incluindo Harvard, Cornell e Yale. “Quando acabei [as aulas], deitei fora a carta e reinstalei-me” permanentemente na Nigéria, explicou.

Autor de cerca de seis dezenas de romances, peças de teatro e poemas, Wole Soyinka não pretende, no entanto, “desencorajar os nigerianos ou quem quer que seja” de se candidatar a uma “carta verde”, que concede o estatuto de residência permanente nos Estados Unidos. “É útil de várias maneiras. Mas estou farto”, disse.

Nos anos 1960, Wole Soyinka passou 22 meses na prisão durante a guerra civil na Nigéria.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR