A Rússia não procura a confrontação, mas sim “amigos”, ainda que procure assegurar-se de que os seus interesses nacionais são respeitados, afirmou o Presidente Vladimir Putin durante o seu discurso anual perante o parlamento.

“Não queremos o confronto com ninguém, não precisamos”, disse Putin, numa declaração transmitida pela televisão russa. “Ao contrário de alguns dos nossos colegas estrangeiros, que veem na Rússia um adversário, não procuramos e nunca procurámos inimigos. Nós precisamos de amigos, mas não admitimos que os nossos interesses sejam violados ou negligenciados. Queremos e vamos decidir o nosso destino.”

Desde o final da Guerra Fria que as relações entre a Rússia e os países ocidentais não estavam tão complicadas, situação que foi agravada pela anexação da Crimeia por Moscovo, em março de 2014, o conflito na zona leste da Ucrânia e a intervenção russa na Síria.

O Presidente russo reafirmou estar pronto a trabalhar com a equipa do Presidente norte-americano eleito, Donald Trump, logo que ele assuma funções em janeiro. “É importante normalizar e começar a desenvolver as nossas relações bilaterais numa base de igualdade e de benefícios mútuos”, declarou.

Putin pediu aos russos que retirem lições do seu doloroso passado — nomeadamente da Revolução Bolchevique de 1917, cujo centenário a Rússia assinala no próximo ano — assegurando a unidade e a estabilidade do país. “Precisamos aprender as lições da História para nos reconciliarmos, para reforçar um acordo social e político dificilmente conseguido”, afirmou.

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