O presidente da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), o braço empresarial do Estado moçambicano nos projetos de hidrocarbonetos, Omar Mithá, considerou esta sexta-feira que a produção de gás natural vai tornar o país num polo energético de África.

Falando no encerramento da Mozambique Gas Summit, uma conferência internacional sobre gás natural que terminou esta sexta-eira em Maputo, Mithá afirmou que as enormes reservas de gás natural que tem vindo a ser descobertas no país geram um potencial apto a suprir o défice energético na África Austral.

“O défice energético na África Austral está estimado em cerca de 50 mil megawatts e Moçambique vai jogar um papel importante na supressão desse défice, através da geração de energia elétrica a partir do gás natural”, afirmou o presidente da ENH.

A construção de infraestruturas de produção e transporte de gás, nomeadamente portos e gasodutos, prosseguiu Omar Mithá, também irá reforçar o papel de Moçambique como um centro logístico da África Austral.

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“O setor do gás pode não estar a ser apetecível neste momento, mas, no médio prazo, a localização geoestratégico de Moçambique fará do seu gás natural um elemento muito importante”, considerou Mithá.

O presidente da ENH afirmou que espera que o consórcio liderado pela multinacional norte-americana Anadarko que detém a concessão da Área 1 da Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, anuncie a decisão final de investimento ainda este ano, seguindo o exemplo do consórcio liderado pela multinacional italiana ENI.

A ENI comunicou ao Governo moçambicano a decisão de avançar com o investimento no desenvolvimento do projeto de produção de gás natural liquefeito na Área 4 da Bacia do Rovuma, aguardando pela posição dos seus parceiros, incluindo a portuguesa Galp.

Os consórcios da Anadarko e da ENI descobriram reservas de gás natural superiores a 80 de pés cúbicos nas áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma.