Dezenas de milhares de brasileiros manifestaram-se este domingo no Brasil a favor da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção da história brasileira, e contra os deputados que alteraram o projeto de lei anticorrupção original.

Segundo o portal de notícias G1, até ao final da tarde, a organização contabilizou 395 mil manifestantes em todo o país, enquanto a polícia estimou 60 mil, embora não tenha existido contabilização nos vários lugares onde se realizaram as manifestações.

Houve protestos em todos os estados brasileiros e ainda no Distrito Federal, onde fica a capital, Brasília.

Protestando pacificamente e formando manchas verdes e amarelas, as cores da bandeira do Brasil, os manifestantes personalizaram o protesto nas figuras do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, apoiando-o, e nas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Renan Calheiros, em protesto contra a sua atuação.

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Na madrugada de quarta-feira, os deputados alteraram o texto enviado ao Congresso pelo Ministério Público, com o apoio de mais de dois milhões de brasileiros que fizeram um abaixo-assinado para mudar as leis de combate à corrupção, derrubando alguns pontos e incluindo a possibilidade de punir juízes e procuradores por abuso de poder.

Rodrigo Maia é criticado pela forma como conduziu a votação.

O documento ainda terá de ser votado no Senado e sancionado pelo Presidente da República, Michel Temer.

Renan Calheiros, um dos políticos que está a ser investigado na Lava Jato, foi constituído arguido, pela primeira vez, na quinta-feira, noutro processo, por desvio de dinheiros públicos.

A manifestação, um ato apartidário, foi organizada pelos movimentos Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), que lideraram as mega manifestações a favor do impeachment (impugnação) da ex-Presidente Dilma Rousseff, que ajudaram ao seu afastamento.

Grandes multidões encheram a Avenida Paulista, em São Paulo, e a zona da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, cidade onde a ex-Presidente e o seu antecessor no cargo, Lula da Silva, arguido na Lava Jato, foram apresentados em bonecos vestidos de presidiários.

Manifestantes entraram no lago em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, espalhando ali papéis com desenhos de ratos para representar políticos corruptos.