A UNITA, o maior partido da oposição em Angola, anunciou neste domingo ter ultrapassado a barreira dos três milhões de militantes, até novembro, mais do que duplicando o número de apoiantes “devidamente certificados” no espaço de nove meses. A informação consta do comunicado final da segunda reunião ordinária da comissão política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), realizada no sábado, em Luanda, sob o lema “Por Angola e pelos angolanos”.

O comunicado, com data de hoje, refere que aquele órgão manifestou “o seu pleno regozijo pela adesão em massa dos cidadãos” que, “ávidos da mudança em Angola, fizeram crescer o número de membros do partido”, de cerca de 1,3 milhões para 3.151.456, “devidamente certificados”, entre março e novembro.

Angola realiza em 2017 eleições gerais (presidenciais e legislativas), tendo a direção do partido do ‘galo negro’ exortado e estrutura a “manter o ritmo de crescimento” dos militantes registados. Da declaração final, sobre o registo eleitoral em curso tendo em vista as próximas eleições, consta ainda o apelo ao executivo angolano, liderado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), para “pôr termo” aos “registos clandestinos”, à recolha “coerciva de cartões de eleitor” ou à “intimidação” de funcionários públicos.

“O que constitui manobras e vícios inadmissíveis no processo que se quer liso e transparente”, lê-se no comunicado do partido liderado por Isaías Samakuva. Angola atravessa uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra nas receitas, com a exportação de petróleo, que se verifica desde finais de 2014.

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A UNITA afirma constatar a “crise geral do sistema financeiro do país” e denuncia a “insustentabilidade e a ineficácia das políticas fiscal, cambial e monetária, da dívida pública angolana”.

Critica igualmente “a quebra de confiança dos angolanos no sistema bancário, fruto do clientelismo politico e de outras práticas de gestão danosa do Estado que penalizam as empresas e as famílias, cujas poupanças são manipuladas e retidas pelos bancos por alegada falta de liquidez”.

O comunicado final da reunião da comissão política do maior partido da oposição termina com a contestação à “impunidade generalizada” e à “quebra da moral pública” em Angola, o que, afirma, “tem facilitado a delapidação do erário público e o contínuo empobrecimento da maioria esmagadora dos angolanos”.