Justin Harris, o norte-americano que ficou conhecido depois de ter deixado o seu filho morrer de calor dentro de um carro em pleno mês junho, foi condenado na segunda-feira a prisão perpétua por uma série de oito crimes que envolve homicídio por malícia e crueldade contra crianças. O caso remonta a junho de 2014 e a criança, Cooper Harris, tinha apenas 22 meses de vida.

A sentença foi lida na segunda-feira, depois de a defesa de Justin Harris ter alegado inocência. Segundo o The Atlanta Journal-Constitution, a equipa que representa Justin Harris vai recorrer desta decisão num prazo máximo de 30 dias.

Segundo ficou apurado em tribunal, a criança passou um total de sete horas dentro do carro no dia 18 de junho de 2014. Inicialmente, Justin Harris, que na altura tinha 34 anos, saiu de casa para deixar o filho na creche. A criança estava sentada numa cadeira para bebés, no banco do passageiro. Só que, depois de tomar o pequeno almoço num restaurante de uma cadeia de fast-food, Justin Harris conduziu diretamente para o seu local de trabalho.

Horas mais tarde, às 16h15, Justin Harris saiu do trabalho e foi até ao carro, onde o filho já estava morto. De acordo com o registo policial, referido pelo Washington Post, o homem conduziu o carro durante cinco minutos e, depois de estacionar junto a um centro comercial, tentou fazer manobras de reanimação ao filho.

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De acordo com a investigação do caso, a temperatura do carro na altura da morte do bebé de 22 meses era de 120 graus Farenheit — o equivalente a 48,9 graus Celsius.

Pai trocou mensagens sexuais com menores enquanto filho morria no carro

O tribunal acabou por determinar que Justin Harris tinha a intenção de matar o filho de 22 meses, tendo um dos procuradores dito que para isso escolheu fazê-lo “da maneira mais torturante e horrenda que é possível imaginar”. Outro procurador disse que este “não é um caso de um adulto que odeia o seu filho”, mas antes um caso em que “ele ama-se mais a ele próprio e todas as suas obsessões do que ao seu menino”.

Durante a investigação, foi também apurado que durante o seu dia de trabalho e enquanto o filho estava no carro — provavelmente já sem vida — Justin Harris trocou mensagens de conteúdo sexual com uma jovem que à altura era menor de idade.

“Excetuando o facto de o arguido não ter cadastro criminal, não há nenhum facto ou circunstância que mitigue este caso”, disse a juíza responsável pelo caso, Mary Staley Clark. “Estes tribunal acha que o arguido causou e infligiu uma dor física extrema e agonia mental a Cooper Harris de forma intencional e desnecessária”, disse.