Gustavo Vargas Gamboa, diretor geral da transportadora aérea Lamia, vai comparecer esta quinta-feira perante um juiz depois de ter sido acusado de homicídio involuntário e de outros crimes na sequência do acidente que matou 71 pessoas na semana passada. A informação foi avançada por Iván Quintanilla, um dos procuradores responsáveis pelo caso.

O diretor geral da companhia boliviana esteve internado, sob custódia policial, até esta quarta-feira num hospital da cidade de Santa Cruz (onde a audiência terá lugar) para ser avaliado o seu estado de saúde. De acordo com Quintanilla, foi imputado por “homicídio involuntário, lesões graves e gravíssimas e desastre na via aérea”.

A 29 de novembro, o avião da Lamia que transportava a equipa brasileira Chapecoense caiu a caminho de Medellín, a poucos quilómetros da pista do aeroporto da cidade colombiana, com o acidente a provocar a morte de 71 dos 77 ocupantes.

Além de Vargas Gamboa, detido desde terça-feira, o Ministério Público boliviano está a investigar o seu sócio, o ex-militar Marco Antonio Rocha, e a funcionária do organismo de controlo aéreo da Bolívia Celia Castedo, que questionou o plano de voo do avião da companhia aérea antes do acidente. A procuradoria também confiscou dois aviões da Lamia que se encontravam, desde 2014, num hangar militar no centro do país.

Além destas investigações, o Ministério Público está avançar com inquéritos que pretendem averiguar as autorizações de funcionamento da companhia, tendo detido também esta quinta-feira de manhã Gustavo Vargas Villegas, filho do diretor da companhia e ex-diretor do Registo Aeronáutico Nacional da Direção Geral de Aeronáutica Civil, depois de realizar buscas nas instalações da entidade.

Segundo o procurador-geral, Ramiro Guerrero, citado pela Efe, Vargas Villegas está a ser investigado pelos delitos de “uso indevido de influências, negociações incompatíveis com o exercício de funções públicas e incumprimento de deveres”.

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