Mark A. Goldsmith, o juiz que aceitou recontar os votos no estado do Michigan, a pedido do partido ecologista Os Verdes e da sua candidata à Casa Branca, Jill Stein, deu um passo atrás e acabou por suspender a recontagem, depois de o tribunal de recurso do Michigan ter decidido da mesma forma, na terça-feira.

Na corrida à Casa Branca, o Michigan (a par do Wisconsin e da Pensilvânia) foi um dos estados que decidiu a vitória presidencial de Donald Trump frente a Hillary Clinton. Em todos eles, e suspeitando-se de pirataria informática (com influência do Kremlin?) na contagem dos votos, foi exigida uma recontagem. O prazo para os estados certificarem os resultados finais termina a 13 de dezembro e, até lá, qualquer partido pode apresentar um requerimento nesse sentido.

Foi precisamente isso que fez (com recurso à doação de milhares de dólares via Internet para financiar o processo) o partido ecologista Os Verdes e a sua candidata à Casa Branca, Jill Stein. E o requerimento foi aceite no estado do Michigan pelo juiz federal Mark A. Goldsmith. Agora, e depois da recontagem às eleições de 8 de novembro ter começado esta segunda-feira, o juiz deu o dito por não dito. Tudo porque, na terça-feira, um tribunal de recurso do Michigan decretou a suspensão da recontagem, alegando que Jill Stein (que ficou em quarto lugar no estado, com 1,07% dos votos) não poderia ser considerada uma “parte lesada”, de tão residual que foi a sua votação. Goldsmith concordou esta quarta-feira e a recontagem foi mesmo suspensa.

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Entretanto, Jill Stein fez saber através dos advogados que recorrerá da decisão:

Com tantas irregularidades registadas no estado do Michigan — incluindo mais de 75 mil votos em falta, incluindo muitos em zonas urbanas, uma falta de cuidado generalizada e até, talvez, a interferência na preservação dos boletins de voto –, há uma possibilidade real de os votos de muitos eleitores terem sido suprimidos durante esta eleição.”

Quanto à Pensilvânia, só esta sexta-feira o tribunal vai decidir se haverá ou não recontagem dos votos. Já no caso do Wisconsin, a recontagem está praticamente no final, mantendo-se Trump à frente de Clinton nos resultados.