Antes de morrer, Mário Cesariny fez um pedido: quando chegasse a sua hora, queria ser sepultado num jazigo do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Não queria ir para a terra nem ser cremado, como tinha sido a irmã Henriette. Passados dez anos da morte, a sua vontade foi finalmente cumprida: o surrealista foi trasladado do gavetão número 29 do Talhão dos Artistas, onde tinha sido provisoriamente sepultado em 2006, para um jazigo só seu.
O monumento funerário, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, foi inaugurado esta quinta-feira numa cerimónia evocativa que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. No tributo, “Falta por aqui uma grande razão”, estiveram também o presidente da câmara Fernando Medina, o ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes, amigos e familiares do poeta e pintor.
O jazigo para onde foram trasladados os restos mortais de Cesariny é muito diferente do que tinha sido adquirido pela Casa Pia de Lisboa um ano depois da sua morte. Não tem cruzes a encimar a pedra talhada nem um portão de ferro azul, como o de um jardim. Localizado junto à entrada do Cemitério dos Prazeres, na estrada que dá acesso à capela, o monumento foi restaurado por Adolfo Leal e personalizado com uma escultura em bronze de Manuel Rosa, testamenteiro e editor do surrealista. Na parte de trás, existe uma reprodução de um desenho do artista, “Menina-poesia”, e a parte da frente, além do seu nome, inclui um pequeno poema:
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