O BCP informou já o mercado de que o banco espanhol Sabadell pretende vender uma participação de 4,08% no seu capital social e direitos de voto, confirmando-se assim a informação avançada pela Bloomberg.

Em comunicado esta segunda-feira enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP refere que foi informado pelo Sabadell da sua “intenção de alienar um lote de 38.577.892 ações ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, representativas de 4,08% do capital social e direitos de voto do BCP”. O banco português acrescenta que esta alienação vai realizar-se “mediante o lançamento de uma oferta particular das ações”, num processo que é “dirigido exclusivamente a investidores qualificados e institucionais” e numa operação que vai ser gerida apenas pelo Citigroup.

O Sabadell ficará ainda com 1.353.619 ações do BCP, “representativas de 0,14% do capital social” do banco português e “relativamente às quais, de acordo com os termos da Oferta, o Sabadell assumiu, perante o Citi, um compromisso de não alienação (‘lock-up’), sem o consentimento prévio por escrito do Citi, por um período de 90 dias contados da presente data”. Na nota, o Sabadell afirma que irá informar o mercado “assim que seja conhecido o resultado da oferta”.

A agência de informação financeira Bloomberg tinha já avançado esta segunda-feira à tarde que o banco espanhol Sabadell ia vender uma participação de 4,1% no BCP, citando os termos de um acordo enviado aos investidores. Esta venda acontece depois de os chineses da Fosun terem adquirido uma participação social de 16,7% em abril deste ano, tendo o BCP indicado em novembro que a Fosun é o maior acionista do banco após a operação de aumento de capital que subscreveu, descendo a petrolífera angolana Sonangol para a segunda posição.

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Segundo explicou na altura o BCP à CMVM, na sequência da operação em que a Fosun subscreveu ações da instituição — e que são equivalentes a uma participação social de 16,7% — o banco português recebeu comunicados de outros acionistas de referência atualizando as suas participações. Foram reduzidas as participações dos acionistas de referência do BCP já existentes anteriormente e a Fosun é agora o principal dono do maior banco privado português, tendo passado a petrolífera Sonangol para a segunda posição.

A empresa angolana contava, em 18 de novembro, com 140.454.871 ações, que representam agora 14,87% do banco, sendo que, a 30 de junho, a Sonangol detinha 17,84% do BCP.

É de referir, contudo, que a imprensa tem noticiado que a petrolífera pediu autorização ao Banco Central Europeu (BCE) para ter mais de 20% do BCP e que está a aguardar “luz verde” do supervisor.

O espanhol Sabadell, por sua vez, detinha 39.931.512 ações equivalentes a 4,23% do BCP, o que contrasta com 5,07% no final do primeiro semestre, uma participação que agora vende quase na totalidade.

Já na Interoceânico, as 16.102.126 ações desta sociedade passaram a representar uma participação de 1,70% do BCP, quando em junho detinha 2,05% do BCP.

As ações do BCP fecharam esta segunda-feira a cair 1,41% para os 1,2902 euros na bolsa de Lisboa.