A partir do próximo ano, Brexit vai passar a constar dos dicionários no Reino Unido. A palavra é uma das 1.500 que foram recentemente acrescentadas ao Dicionário da Oxford, naquela que é a última atualização antes do final do ano.

Apesar de ter sido criada há cerca de cinco anos, Brexit tornou-se sobretudo popular no último ano com a aproximação do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE). A definição apresentada pela Oxford é a seguinte:

“A (proposta) saída do Reino Unido da UE e o processo político a ela associada. Às vezes usado especificamente como referência ao referendo realizado no Reino Unido a 23 de junho de 2016, onde a maioria dos eleitores se mostrou favorável à saída da UE”.

A sua inclusão no dicionário em tão pouco tempo não é usual: “É muito raro que uma palavra entre tão depressa para uma língua”, explica a Oxford. “A palavra veio preencher uma lacuna na nossa língua. Passou de ser uma palavra nova para estar nas primeiras páginas dos jornais estrangeiros, o que mostra que agora é uma palavra global e que não é apenas usada aqui [no Reino Unido].”

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Mas não só. Além de se ter espalhado pelo mundo inteiro, Brexit “reproduziu-se”. A partir dela, foram criados novos termos, como Brexiteer, Bregret ou Bremorse, que não têm durabilidade suficiente para entrarem para o Dicionário da Oxford. Segundo a editora, “a palavra tornou-se numa fonte linguística, derramando novos itens a grande velocidade.” E continua a evoluir, como mostram expressões como post-Brexit.

Entre as 1.500 novas entradas encontram-se ainda Youtuber, “um utilizador frequente do site de partilha de vídeo YouTube, sobretudo alguém que produz e aparece em vídeos no site“, get your freak on, uma palavra vinda diretamente do calão norte-americano que pode significar, entre muitas outras coisas, “dançar de forma exuberante”.

Também dos Estados Unidos da América veio a palavra Bama. Originalmente criada nos anos 20 como uma abreviação do estado do Alabama, o termo evoluiu para passar a significar uma pessoa da zona rural do sul dos Estados Unidos. Este ano, a palavra voltou a ganhar uma nova conotação graças à cantora Beyoncé, como explica o The Guardian, que na música “Formation”, do último álbum Lemonade, canta:

“My daddy Alabama /Momma Louisiana / You mix that negro with that Creole / make a Texas Bama”.