Pelo menos três pessoas morreram na localidade venezuelana de El Callao, no estado Bolívar, no sul do país, após distúrbios relacionados com a falta de dinheiro, informou esta sexta-feira, o deputado Ángel Medina Devis, da oposição.
“As autoridades municipais confirmaram-me [a existência] de três mortos em El Callao: um comerciante asiático, um homem e uma mulher. Um saldo lamentável”, escreveu no Twitter.
https://twitter.com/AngelMedinaD/status/809928696979197952?lang=en
Centenas de venezuelanos manifestaram-se na sexta-feira em várias cidades contra a falta de notas nos bancos públicos e privados da Venezuela, um dia depois de saírem de terem saído de circulação as de 100 bolívares (0,15 euros), com os clientes a reclamarem que a banca não dispõe de novas notas de 500 (0,75 euros) que o Governo anunciou que seriam distribuídos.
Ángel Medina disse à agência Efe que mais de 30 estabelecimentos comerciais em El Callao foram “saqueados” e “destruídos”, relatando um cenário idêntico em outros municípios do mesmo estado, afirmando ainda que as autoridades locais criticaram a atuação “tardia” dos organismos de segurança.
Medina explicou, no Twitter, que o racionamento de dinheiro se soma à “alarmante” escassez de gasolina. “Não há gasolina, não há notas novas, não há comida, não há nada barato, não há democracia”, afirmou.
En El Callao siguen los saqueos, están quemando los locales comerciales. GNB y SEBIN replegados pic.twitter.com/BHLAQVMDuU
— Angel Medina Devis (@AngelMedinaD) December 17, 2016
O Presidente da Venezuela ordenou, no domingo, a retirada de circulação das notas de 100 bolívares para alegadamente combater máfias internacionais (norte-americanas, colombianas, europeias e asiáticas) que estariam a armazenar ilegalmente aquelas notas para desestabilizar a economia.
Segundo o Banco Central da Venezuela, existem 6.111 milhões de notas de 100 bolívares em circulação no país, aproximadamente 48% do dinheiro que circula entre a população.