O secretário-geral do PS vê “com particular satisfação” a diminuição do desemprego entre os mais jovens, considerando, contudo, que estes “sinais positivos” ainda não são suficientes.

“Porque ninguém se pode conformar, nem ninguém pode conviver de consciência tranquila quando sabemos que, apesar de termos reduzido já bastante, ainda há 100 mil jovens desempregados e 100 mil jovens desempregados significa que o país está a perder e a desperdiçar a capacidade mais produtiva, mais criativa e mais bem qualificada de que dispõe. Não, não podemos viver tranquilos com 100 mil jovens desempregados”, afirmou António Costa.

Costa falava no encerramento do XX Congresso da JS, que teve lugar na cidade da Póvoa de Varzim. “Depois de ter atingido nos piores momentos do Governo da direita 42,5%, reduzimos este ano de 32,8 para 26,1% o número de jovens desempregados. Mas se estes sinais são positivos não podem convidar-nos a ficar acomodados, têm de nos dizer que estamos no caminho certo, mas temos de fazer mais e temos de fazer melhor”, disse.

Segundo António Costa, ficou demonstrado que “não é preciso andar a financiar falsos estágios e falsas contratações para diminuir a estatística do desemprego. Com as políticas que estamos a seguir não precisamos de disfarçar, porque as estatísticas estão a melhorar, não com base em truques, mas com base na criação efetiva de postos de trabalho dignos e não precários”.

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“Vamos agora apresentar o plano nacional de combate à precariedade, vamos aumentar o número de fiscais na Autoridade para as Condições de Trabalho para fiscalizar efetivamente os abusos que são cometidos em matéria de precariedade. Vamos avançar com o ‘contrato geração’ em duas modalidades, a modalidade de contratação simultânea de um jovem desempregado com um desempregado de longa duração e a modalidade de possibilidade de quem mais anos trabalhou poder ter uma reforma a tempo parcial em contrapartida da criação de um posto de trabalho a tempo inteiro para um jovem que esteja desempregado”, afirmou.

E acrescentou: “Esta é a sociedade de gerações que queremos construir, este é o contrato de gerações que vamos introduzir”.

O líder socialista lembrou que “este primeiro ano foi muito centrado naquilo que se pode designar a resposta de emergência ao estado em que o PSD e o CDS deixaram o país, em matéria de rendimento das famílias, em matéria de reconstrução do que são serviços públicos essenciais, resposta àquilo que são os desafios da crispação da sociedade, desrespeito e violação permanente e continuada da Constituição”.

“O balanço deste primeiro ano é um balanço positivo, porque cumprimos o que nos comprometemos em matéria de reposição de rendimentos, vamos cumprir o que nos comprometemos em matéria de redução do défice, estamos a cumprir em matéria de criação de postos de trabalho e em redução do desemprego”, sublinhou.

Para o próximo ano, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro apontou como “política emblemática, a política de habitação”, por considerar que “a habitação é uma questão chave, é uma questão essencial e que é transversal, porque mobiliza desde logo um setor que foi diabolizado e destruído durante quatro anos, que foi o setor da construção”.

“É um setor essencial para que muita gente da minha geração possa reencontrar oportunidades de trabalho, mas é absolutamente essencial para que a vossa geração possa encontrar alternativas que sejam compatíveis com o acesso à habitação e, simultaneamente, de renovarmos e rejuvenescermos as nossas cidades. Sabemos bem que não há futuro para as nossas cidades se o centro dessas cidades não for reocupado pela vossa geração”, disse.

E para que isso aconteça, salientou António Costa, é necessário dar “prioridade à reabilitação, mas é necessário, também, dar prioridade à criação de mecanismos de arrendamento acessível, para que seja possível as novas gerações tomarem conta das cidades, que não podem continuar a envelhecer de quem cá vive e só a rejuvenescer de quem cá passa como Erasmus ou a passar um fim de semana”.

“É preciso e é fundamental que tomem conta das nossas cidades e essa tem de ser uma das grandes prioridades do PS nas políticas nacionais e nas políticas autárquicas nas próximas eleições de outubro de 2017”, acrescentou.