O Teatro da Cornucópia emitiu esta segunda-feira um comunicado onde esclarece que nunca aceitou a ideia, sugerida pelo Presidente da República, de ser inserido num regime de exceção que pudesse viabilizar a continuidade do teatro. “Parece não se ter restabelecido a única versão correta que existe, porque infelizmente a dúvida já não se põe: o Teatro da Cornucópia acaba no princípio do ano, na realidade já acabou”, lê-se, sem que fique margem para dúvidas de que a Cornucópia vai mesmo fechar no início do ano.

No comunicado assinado por Luís Miguel Cintra e Cristina Reis, a direção do teatro procura esclarecer o “equívoco” que se criou na sequência da tentativa de Marcelo Rebelo de Sousa de mediar a situação, propondo um estatuto de exceção. “Surgiu o equívoco de que poderíamos mudar de opinião. O que levou o Senhor Ministro da Cultura, também presente, a admitir que o tivéssemos feito. E parece não se ter restabelecido a única versão correta que existe, porque infelizmente a dúvida já não se põe: o Teatro da Cornucópia acaba no princípio do ano, na realidade já acabou”, dizem, acrescentando que a morte do teatro já estava anunciada e que com a mudança de Governo “a situação não se alterou”.

Para os diretores do teatro, a hipótese de criar um regime de exceção está fora de questão. “Não se tratará, portanto, agora de um estatuto de exceção, porque somos provavelmente exceção. A empresa dissolve-se nos próximos dias, dependendo apenas de procedimentos legais que terá de cumprir”, acrescentam.

Ainda assim, depois de o ministro da Cultura ter mostrado vontade de acompanhar e estudar o assunto, Luís Miguel Cintra avança que a direção do teatro e os representantes do ministério da Cultura vão ter “um próximo encontro”.

O comunicado surge depois da “lamentável confusão gerada nos órgãos de comunicação social pela inesperada visita do Senhor Presidente da República ao Teatro da Cornucópia”, nas palavras dos próprios. No sábado, dia em que a Cornucópia fez uma sessão dedicada ao encerramento, o Presidente da República decidiu ir ao Teatro, conduzindo ele próprio o carro, e obrigando o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, a cancelar a visita que tinha prevista a Castelo Branco para se sentar à mesma mesa.

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