Quando alguém está preso no trânsito, no máximo, pragueja e a coisa não passa dali (não passa mesmo, porque os congestionamentos não se resolvem com desabafos verbais). Mas quando esse alguém é Elon Musk, o caso pode mudar de figura. É que enquanto a indústria automóvel está concentrada em resolver os engarrafamentos, à superfície, com a viabilização da comunicação entre os veículos e as infra-estruturas (semáforos, por exemplo), para o patrão da Tesla, a solução é outra. Muito mais profunda. É subterrânea.

Há dois dias, o patrão da Tesla, farto do tráfego pré-natalício em Los Angeles, aproveitou o pára-arranca para incendiar o Twitter. Com o seguinte comentário: “O trânsito está a deixar-me louco. Vou construir uma máquina de perfuração e começar a escavar…” Seguiram-se vários comentários, grande parte deles a insinuar que Musk era um bem-disposto e que só podia estar a brincar. O que motivou novo tweet, poucas horas depois: “Vou mesmo fazer isso.” Nem mais, nem menos. Elon Musk só escreveu isto. E, de seguida, actualizou o seu perfil no Twitter. Agora, o empreendedor é o homem da “Tesla, SpaceX, Tunnels (yes, tunnels) & OpenAI”.

Verdade ou mentira? Só Elon Musk saberá ao certo o que lhe está a passar pela cabeça. Mas convém recordar que já não é a primeira vez que ele revela uma queda para a escavação. Já no início deste ano, ao discursar perante alunos de uma escola do Texas, no âmbito do SpaceX’s Hyperloop Design Competition, o empresário defendeu que “os túneis são óptimos” porque, ao fim ao cabo, “são só um buraco no chão”. Na ocasião, foi menos comedido nas palavras, defendendo que avançar para uma solução desse género, para aliviar os problemas de congestionamento nas cidades, “não é assim tão difícil”. E aventou, inclusivamente, a hipótese de se construírem túneis em diferentes níveis. Trinta, por exemplo, para resolver de vez o problema nas metrópoles com maior densidade.

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