O chefe do Governo de Macau, Fernando Chui Sai On, reiterou esta terça-feira encarar com “otimismo cauteloso” o desempenho da economia, mas mostrou-se confiante num regresso ao crescimento positivo no próximo ano, como antecipado pelo FMI.

“Apesar das previsões para o próximo ano apontarem muitas incertezas na economia mundial, continuamos a encarar com otimismo cauteloso a perspetiva do desenvolvimento económico de Macau. Acreditamos que no próximo ano a economia terá um desenvolvimento estável e estamos confiantes que será alcançado um crescimento positivo”, afirmou, no discurso da receção do 17.º aniversário da transferência do exercício de soberania de Macau de Portugal para a China.

Essa ideia tinha sido transmitida pelo líder do Governo aquando da apresentação das Linhas de Ação Governativa, em novembro.

“Nestes últimos anos, a economia de Macau, influenciada pelos fatores complexos do exterior, entrou numa fase de ajustamento profundo. Contudo, com o esforço conjunto de toda a sociedade, este ano a conjuntura geral da economia tem-se mantido estável, e no último trimestre a tendência decrescente registou uma inversão”, assinalou Fernando Chui Sai On, ao destacar ainda “o nível relativamente baixo” – abaixo dos 2% – da taxa de desemprego e as estáveis finanças públicas.

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Arrastada pelo desempenho do setor do jogo, a economia da Região Administrativa Especial entrou em queda no terceiro trimestre de 2014, ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu pela primeira vez desde a transferência, em 1999 (-1,2%, segundo dados oficiais revistos).

Em 2015, o PIB caiu 21,5% e no primeiro e segundo trimestres deste ano contraiu-se 12,4% e 7%, respetivamente, na comparação homóloga com 2015.

Ao fim de dois anos de contração, voltou a crescer no terceiro trimestre terminado em setembro, com o PIB a aumentar 4% face ao mesmo período de 2015.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o PIB sofra uma queda de 4,7% este ano, antecipando um regresso ao crescimento (0,2%) no próximo.

As receitas dos casinos subiram em novembro pelo quarto mês consecutivo naquele que foi o primeiro crescimento a dois dígitos, depois das subidas em outubro (8,8%), setembro (7,4%) e agosto (1,1%), registadas após 26 meses consecutivos de diminuições anuais homólogas.