Quase metade dos médicos dentistas portugueses registou um aumento de doentes nos consultórios no último ano, segundo um estudo em que participaram cerca de dois mil profissionais de um universo de 10 mil.

As conclusões do estudo encomendado pela Ordem dos Médicos Dentistas, a que a agência Lusa teve acesso, indicam que em 46,5% dos casos houve um aumento do número de utentes e em cerca de 40% registou-se uma manutenção.

Este aumento de doentes assinalado pelos dentistas ocorre depois de o setor da medicina dentária ter caído para “patamares de procura muito baixos” com a crise económica, recorda o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

Orlando Monteiro da Silva encara o aumento de doente com cautela e frisa que o crescimento que alguns médicos dizem sentir partiu “de um nível muito baixo”, estimando que a recuperação se fará lentamente e que demorará a atingir os níveis de procura pré-crise.

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Entre os dentistas que referem aumento de doentes — cerca de metade do total — há 75% em que o crescimento foi acima dos 11%.

Quanto aos 14% dos dentistas que registaram uma quebra de doentes, a quase totalidade considera que se deve ao contexto socioeconómico do país dos últimos anos.

Uma grande parte dos profissionais (74%) tomou medidas para reverter a situação, como a introdução de facilidades de pagamento e o ajustamento dos horários de atendimento.

Os médicos dentistas dizem que geralmente os doentes aceitam os procedimentos que são propostos e quando os recusam é maioritariamente por questões financeiras.

Sobre a intensidade da atividade profissional, o estudo vem mostrar que cada médico dentista realiza 40 consultas por semana. Mas há nove por cento que dão mais de 70 consultas semanais e, no outro extremo, sete por cento que dão menos de 10 consulta a cada semana.