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Atenção, isto não está escrito a giz por Bart Simpson. Na filmagens do filme “Quanto Mais Quente Melhor” (1959), a escultural Marilyn Monroe demora 59 takes para acertar na frase “Where’s the bourbon?”. Simples mais simples é impossível, só que Marilyn está num dia assim-assim a atirar para o não e está armado o trinta-e-um. Ligeiramente parecido com o Sporting no Restelo, primeiro apático, depois simpático, finalmente certeiro. Só ao fim do 93.º take é que a bola sai redonda para a baliza de Joel, cortesia Bas-pois-claro-Dost. Nos últimos três 1-0, o holandês é invariavelmente o herói (Bessa, Bonfim e Restelo). Respira aliviado o Sporting, por manter os oito pontos de atraso sobre o líder Benfica e ainda o quarto lugar do campeonato na viragem do ano.

Jesus promove uma semi-revolução com cinco alterações, quatro das quais na defesa. Só Coates continua firme e hirto. O resto é substituído, por lesão ou opção: Beto por Patrício, Esgaio por João Pereira, Douglas por Rúben e Jefferson por Zeegelaar. No ataque, Alan junta-se a Bryan num mundo de Ruiz e sem Bruno César metido ao barulho. A súbita mudança de meia-equipa resulta em nada por incapacidade do Sporting em criar perigo nas bolas paradas. Um dois três quatro cinco seis sete oito cantos na primeira parte e nem um serve para criar perigo às redes de Joel. Aliás, o único digno de registo é proporcionado pelo Belenenses, curiosamente na ressaca de um canto do Sporting. O capitão Adrien demora a libertar a bola e Sturgeon parte para o contra-ataque. No três-para-um, os belenenses atrapalham-se todos e Beto defende bem o desajeitado remate à queima-roupa de Sturgeon (39′). Quando Tiago Martins apita para o fim, há 0-0 em tudo: emoção, futebol e criatividade.

A segunda parte evidencia um Sporting menos adormecido. Alan testa os reflexos de Joel, aos 47′, e Campbell (entrado para o lugar do apagado Bryan) semeia o pânico com um cruzamento venenoso a que Bas Dost chega tarde, aos 61′. Cinco minutos depois, uma falta de Gonçalo Silva sobre Campbell resulta num livre à entrada da área. Adrien atira forte, Joel defende com a ponta dos dedos e a bola embate na trave antes de sair da área. Espantosamente, é o canto do cisne do Sporting. A partir daqui, o Belenenses assume o jogo e começa a espantar a bola para a baliza de Beto. Aos 73′, Sturgeon recebe e atira ao poste. No quadradinho seguinte (76′), João Diogo aproveita uma auto-estrada de Jefferson para obrigar Beto a defesa com as pernas. A pobreza franciscana é por demais evidente e o Sporting limita-se a controlar sem incomodar Joel. O número de cantos amontoa-se a torto e a direito. Só. Zero de perigo.

Quando o Belenenses sonha com o pontinho e perde tempo num lançamento lateral por Camará, o Sporting ganha uma bola no meio-campo por Bas Dost e lança-se ao ataque com fervor. Descaído sobre a esquerda, Campbell cruza para o segundo poste, onde surge repentinamente Bas Dost a selar a vitória. Até ao fim, o Belenenses ainda atira outra vez à baliza, num cabeceamento de Tiago Caeiro para defesa segura de Beto sobre a linha de golo. O um-zero está mais que garantido. Tiago Martins apita e há um adepto sportinguista a invadir o campo para pedir a camisola de Castaignos. A intervenção policial é imediata, tal como a de Jesus. Se os seguranças separam o adepto do jogador, o treinador une-os com um dois três quatro berros audíveis até na Almirante Reis. A saga do “where’s the bourbon?” continua só para o ano, no dia 8 Janeiro.

Estádio do Restelo, em Lisboa
Árbitro: Tiago Martins
BELENENSES: Joel Pereira; João Diogo, Gonçalo Silva, Gonçalo Brandão, Florent; André Sousa, Yebda (Mica Pinto, 84′) e Vítor Gomes; Sturgeon (Tiago Caeiro, 90′), Camará e Benny (Gerso, 73′)
Treinador: Quim Machado (português)
SPORTING: Beto; Esgaio, Coates, Douglas e Jefferson; Willliam (Bruno César, 83′) e Adrien; Gelson, Bryan (Campbell, 58′) e Alan (Castaignos, 73′); Bas Dost
Treinador: Jorge Jesus (português)
Marcador: 0-1, Bas Dost (90’+3)

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